19.9.10

10 songs / 10 drabbles (8)

Título: Smack Into You
Resumo: Três anos se passaram e ele não conseguiu encontrá-la, ainda.
Classificação: G
Anteriores: Bloodstream - The Saltwater Room - Some Will Seek Forgiveness, Other Escape - Sex Therapy - Dice - Supernatural - Southern Girl




--------------------------------------------------------------------------------

Smack Into You - Jon McLaughlin

"Abaixo a cabeça enquanto vejo meus pés atingirem o chão.
Olhos fechados, eu me vejo correndo a Terra por amor
e envolvido em seu amor.
E o amor está em meu caminho, em minha mente,
e onde eu e você pertencemos."

--------------------------------------------------------------------------------

Faz três anos.

Três anos desde que se viram pela última vez; três longos anos passados sem ela. Ele se lembra dela, no entanto; a sensação dela em seus braços, aquele maravilhoso sorriso que o deixava louco, sua pele macia, seu perfume, e ele nunca conseguiria esquecer aquele brilho travesso em seus olhos quando ela o provocava. Três anos inteiros e ele ainda não havia conseguido encontrá-la.

Hoje era o aniversário do dia em que tudo deu errado. Eles estavam em uma missão e infelizmente pra eles, suas identidades foram postas em risco, inclusive a de Chloe. A Liga decidiu se separar e se esconder por um tempo até que tudo fosse resolvido. No final, todos tomaram caminhos diferentes: Victor foi para Los Angeles, AC voltou para Flórida, Dinah foi para Gotham e Bart correu para Keystone City enquanto ele voltou para Star City e Clark ficou em Metrópolis. Chloe foi --bem, ninguém sabe pra onde ela foi. Todos cortaram os laços e se concentraram em outras atividades. A única razão pela qual ele sabia para onde todos tinham ido era porque um ano depois do incidente, Clark e ele foram capazes de parar o criminoso e se livrar de todas as evidências tornando possível que se reagrupassem. Finalmente era seguro trazer o time de volta e ele ansiosamente fez isso, procurando e encontrando cada um deles, um a um, todos -- exceto um.

Ela foi a primeira pessoa por quem ele procurou mas voltou de mãos vazias. Cada pista que ele conseguia não dava em nada. Finalmente, ele aceitou a sugestão de Clark em encontrar os outros primeiro e depois irem atrás dela.

O tempo passou e cada um deles parou de procurar; mas em nenhum momento a esperança de revê-la vacilou; eles sabiam que se ela não quisesse ser encontrada, não seria. Quando completou dois anos, só ele continuava procurando por ela. Ele sabia que ela ia repreendê-lo por perder tempo com ela em vez de se concentrar em salvar o mundo. Ela provavelmente diria pra ele parar de viver no passado porque isso só o prenderia e que, em vez disso, ele tinha que olhar para o futuro.

Dois anos e meio se passaram, e nada ainda. Ele se sentia impotente e pensou que talvez fosse hora de seguir em frente, e fez isso, mais ou menos. Em algum momento nesse processo, teve um breve romance com Dinah; que terminou tão rápido quanto começou. Ela terminou porque sabia que ele ainda estava muito apaixonado por Chloe e seria ingenuidade da sua parte achar que isso daria certo. Ela disse a ele que desejava que ele a encontrasse para que pudessem ser felizes, ela também disse que gostaria de experimentar o que ele e Chloe tinham porque era algo raro e puro, era um vínculo inquebrável, verdadeiro e profundo, nem mesmo o tempo e a distância parecia capaz de destruir, pelo contrário, só tornava mais forte.

O time inteiro sabia que ele não havia parado de procurar, apenas diminuido. Mas, agora, mais do que nunca ele tinha a necessidade de encontrá-la.

Hoje fazia três anos desde a última vez que a viu. Era a única coisa em que conseguia pensar quando se sentou num banco no Central Park, Nova Iorque. Estava na cidade há dois dias à negócios. Era comecinho da tarde e ele decidiu tirar o resto do dia de folga e visitar o parque. Parecia apropriado desde que ele se lembrou de uma noite em que estavam deitados juntos na cama e ela lhe disse que adoraria visitar o Central Park no verão.

Oliver parecia ter se perdido em seus pensamentos porque ele mal percebeu um objeto voando em sua direção até que ele pousasse em seu colo. Ele olhou pra baixo, para o tal objeto e se assustou ao ver uma flecha, uma flecha de brinquedo, daquelas com uma ponta de plástico para grudar em janelas ou outro tipo de vidro. Ele olhou pra cima para tentar descobrir de onde aquilo havia vindo, quando viu um pequeno garoto loirinho correndo em sua direção.

Assim que o garoto o alcançou, parou na frente dele e disse. "Me dê o xeu dinheiro."

Oliver ficou confuso pra dizer o mínimo, ali estava um garotinho pedindo seu dinheiro. Suas sobrancelhas se franziram enquanto ele encarava o menino. Ele não pode estar falando sério, pode?

"Desculpe, o que você disse?"

O garoto revirou os olhos enquanto falava. "Eu falei Me dê. O. Xeu. Dinheiro."

Isso não estava acontecendo. O garoto estava falando sério. Ele olhou ao redor tentando encontrar alguma coisa que explicasse a situação, mas nada. É melhor isso não ser algum tipo de pegadinha de algum programa de televisão, eu juro.

Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu o pequeno suspirar fundo e se sentar ao lado dele. Eles têm permissão pra fazer isso?

"Sua mãe não ensinou você sobre o perigo de conversar com estranhos? Tenho certeza que também falaram sobre isso na escola."

"Eu não tenho medo de voxê. Eu tenho um arco e vou usar como o Obin Wood fez no filme."

"Certo, o arco que você tentou usar para roubar meu dinheiro." A parte sobre Robin Hood não passou despercebida por Oliver, era só que ele realmente não queria conversar com o garoto. Ele não era bom com crianças.

O garoto revirou os olhos novamente e disse. "Não é roubo xe voxê dá o dinheiro, duh." Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. E pra ser honesto fazia sentido. Esse garoto tinha sua lógica. Sério, o que é essa história de revirar os olhos?

"Acho que você está certo garoto" Oliver olhou ao redor tentando ver se alguém estava vindo buscar a criança.

Ele deu a Oliver um sorriso presunçoso e então continuou. "Não xou um garoto, eu xou um homem! E minha mãe fala que é feio roubar."

Ele olhou para o garoto que parecia estar lhe estudando e disse. "Sua mãe está certa."

"É, ela xempre está."

"Você não tem-" Ele foi interrompido pelo garoto. "Por que voxê está triste?"

A pergunta o pegou de surpresa. Suas sobrancelhas franziram enquanto ele apertava os lábios em uma fina linha. Ele finalmente decidiu dizer alguma coisa e quando abriu a boca pra responder ele foi interrompido novamente.

"Voxê está com xaudade de alguém? Quando minha mãe fica triste é porque ela está com xaudade do meu pai e dos amigos. Mas então ela fica feliz de novo poque ela me tem e um dia ela vai ver eles de novo. A gente muda bastante porque a mamãe diz que os malvados querem nos pegar. Como é o xeu nome? Quantos anos voxê tem?" - ele ergueu três dedos enquanto falava. "Eu tenho três e meu nome é Jonas Obert, voxê pode me chamar de J.R, igual meus amigos. Oh olha! Minha mãe!"

Oliver estava pasmo, ele viu o garoto pular do banco e correr. Ele sentia sua mente trabalhando para tentar entender o que havia acabado de ouvir, mas sentia que faltava alguma coisa. Ele se virou para ver em que direção J.R. estava correndo e a visão diante dele levou seu ar embora.

Lá estava ela. Ela estava do mesmo jeito, seus cachos estavam um pouco mais longos, mas fora isso nada havia mudado. Ele percebeu que com o menino em seus braços o chão parecia estar sumindo. Então ele entendeu, os pedaços em seu cérebro começaram a se juntar. Ela não queria ser encontrada porque teve um filho, seu filho.

Robin Hood.

Jonas Robert.

A gente muda bastante porque os malvados querem nos pegar.

Ela sente saudade do meu pai e dos amigos.

Sua lógica e o revirar de olhos.

A presunção em sua voz.

Três anos de idade.

Ele se levantou devagar e caminhou até a dupla, ainda incerto se era realmente ela que estava ali. Chloe estava tão concentrada no que o garoto estava falando que nem percebeu Oliver parar do lado dela.

Ela ouviu um resfolegante "Chloe" e se virou rapidamente para olhar pra pessoa que falou seu nome. Seu ar ficou preso na garganta quando o viu.

Três anos e eles finalmente estavam juntos novamente. Ele se aproximou ainda mais e um milhão de emoções se misturaram dentro dele. Seus corações estavam batendo forte e rápido, eles sentiam o pulsar em seus ouvidos e por alguma razão ficou mais difícil respirar.

Quando ele recuperou o domínio de seu corpo, ele estendeu a mão atrás do pescoço dela e a puxou pra ele. Seus lábios encontrando os dela com força, dando voz a todas as palavras não-ditas. A princípio ela ficou assustada mas logo retribuiu o beijo com a mesma intensidade. Suas mãos encontraram a abertura do casaco dele e ela o segurou enquanto ele deslizava sua outra mão até as costas dela, os aproximando ainda mais.

Ele se afastou dela quando sentiu um chute certeiro em sua canela. Ele olhou pra baixo e viu Jonas mirando o arco e flecha em sua direção. Não era confortável estar do outro lado de uma flecha.

"Voxê não pode beijar minha mãe dexe jeito! Espera até eu encontrar meu pai e contar pra ele. Ele vai chutar seu traseiro."

Oliver olhou pra Chloe que tentava evitar um sorriso, antes de se ajoelhar para ficar na mesma altura do garoto. Era estranho e também reconfortante dizer as próximas palavras. Wow, eu tenho um filho.

"E se eu disser que eu sou o seu pai?"

Jonas olhou para sua mãe que assentiu confirmando e olhou de volta para Oliver, para quem ele ainda apontava a flecha. Ele olhou Oliver desconfiado antes de dizer. "Deixa eu ver sua identidade?"

Tudo o que se pôde ouvir foram risadas.


Algo que Oliver nunca soube até alguns meses depois era que Jonas sabia exatamente quem ele era no momento em que o viu no parque. Ele via como sua mãe reagia quando ele estava na TV ou nos jornais.

Ele não era Jonas Robert Queen à toa. Sua mãe era Chloe Ann Sullivan e seu pai era Oliver Jonas Queen. E dois e dois são quatro.


______

____________________________________________________________________

4 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKK

    A história começou triste, mas no final eu já estava rindo. O moleque tem a inteligência todinha da mãe.

    ResponderExcluir
  2. né? comigo foi igual... amei o menino, bem filho deles mesmo... mas a hora que ele pede pra ver a identidade, simplesmente morri de rir...

    Adriana

    ResponderExcluir
  3. Hahahaha, muito bom! Bem filho da Chloe pela inteligência, mas o senso de humor é todinho do Oliver! :D

    ResponderExcluir

Google Analytics Alternative