21.5.11

Green Arrow's First Serious Injury - Parte 1

Título: O Primeiro Ferimento Sério do Arqueiro Verde
Resumo: Depois que Oliver se machuca durante uma patrulha, a reação de Chloe surpreende os dois. -
Autora: fickery
Categoria: Romance, Dor/Conforto
Classificação: PG-13
Spoiler: até Checkmate
Linha de tempo: acontece depois de Checkmate e antes de Sacrifice

The Firsts Series:
The First (Purely Personal) Phone Call
The First Night At Oliver's
The First Morning At Oliver's
The First (Sort Of) Fight
The First Bubble Bath
The First Weekend Getaway
Truth And Tequila: The First (Post-Oliver) Girl Talk
The First (Real) Pillow Talk
The First Really Personal Phone Call
The First Time Chloe Went Home Sick
Chloe's First Time With The Green Arrow - Parte 1
Chloe's First Time With The Green Arrow - Parte 2

A patrulha começou normal como qualquer outra noite. Pelo menos até o cara com a katana aparecer.

Chloe estava operando a Watchtower pra ele, sua voz suave provendo um constante fluxo de informação, encorajamento e elogios através de seu comunicador enquanto ele se movia pela noite: uma tentativa de assalto a uma loja de conveniência, um roubo de carro, uma invasão a uma adega, e uma gangue de adolescentes rodeando e ameaçando uma jovem no que poderia ter prosseguido ou não para um estupro se ele não tivesse aparecido. Ele parou ou preveniu cada um deles, desabilitando os bandidos enquanto a Watchtower alertava a polícia que havia outro problema no Aisle 9.

Ele ainda gostava das noites em que ia sozinho, por diferentes razões; mas eles tinham ritmo, os dois, quando as noites eram cheias, e esta noite não era uma exceção. Ela sempre foi boa nisso, mas ele não conseguia lembrar se a comunicação era tão fácil mesmo antes de começarem a dormir juntos e passar tanto tempo um com o outro. Ele suspeitava que não. Ela antecipava tudo, rastreando seus movimentos via GPS e as câmeras de segurança ao redor da cidade, dirigindo-o a atividades suspeitas e crimes em andamento garantindo que quem precisasse recebesse ajuda.

Ainda descendo de outro telhado, ele se permitiu o luxo de se sentir orgulhoso dela por um momento. Mais tarde ele se perguntaria se esses poucos segundos de desatenção tinham lhe saído caro, ou o que tinha acontecido era inevitável. Porque se alguém tivesse perguntado pra ele o nome das 100 coisas mais possíveis de se encarar naquela noite, um ataque especialista vindo do nada com uma espada japonesa nem estaria na lista.

Ele pulou no beco, com a intenção de olhar de perto o que Chloe havia identificado como um possível roubo de carro em andamento na rua adjacente, quando sentiu alguma coisa entrar em suas costas.

Xingando tanto pela surpresa quanto pela dor, ele girou para se defender, dando uma olhada em seu atacante no processo. Ele tinha sua idade, peso e altura, estava sem camisa, sem sapato, usando uma bandana que fazia pouco para prender o cabelo rebelde. Nada podia domar o olhar perigoso em seus olhos.

"Você sentiu a fúria da minha lâmina!" gritou o homem. "Prepare-se para sentir novamente!" Ele se projetou pra frente.

"Ok, você não é um criminoso profissional, entendi", ele disse, facilmente se abaixando agora que via o ataque vindo. "Por acaso, quem é você, Zorro?"

"Fale comigo, Arqueiro", a voz de Chloe era aguda em seu ouvido. "O que está acontecendo?"

"Tem um cara aqui com uma espada", ele disse, desviando de outro golpe. "Duas opções: ou está drogado, ou sem os remédios. Não é profissional." Mais um desvio. O cara não tinha uma mira muito boa, mas era rápido e estava concentrado. Ele ouviu o rápido clicar no teclado.

"Alertando a polícia para onde você está", ela disse. Ela tentou diversos meios de conseguir dar uma olhada no que estava acontecendo e falhou; eles estavam num beco entre dois prédios, e não havia nenhuma câmera de segurança, mas o beco não tinha luz então mesmo as imagens de satélite não estava ajudando. Ela mordeu o lábio frustrada. Nesse momento não havia nada que pudesse fazer pra ajudá-lo, e ela continuar falando só ia distraí-lo se ele ainda não tivesse neutralizado o cara. Ela odiava essa sensação.

"Eu vou esmagar meus inimigos e eles se ajoelharão diante de mim!" gritou o oponente.

"Aham. Bem, isso parece um objetivo louvável, certo. A questão é, eu não sou seu inimigo, colega. Você me atacou, lembra?" Ele estava tentando desviar da lâmina afiada enquanto tentava dar a volta para desarmá-lo. O problema era, não havia muito espaço para se mover no beco. Aqui ele estava contido; nas ruas ele podia fugir, ou assustar civis.

Mais ataque e defesa. Era como se o cara tivesse quatro braços. Apesar de seus melhores esforços, o cara conseguiu acertá-lo mais uma vez - um corte superficial - em seu braço esquerdo. Droga.

O espadachim maluco ergueu os dois braços sobre a cabeça. "Eu dou risada aos quatro ventos!" ele informou Oliver, que viu a chance e arriscou. Ele lhe deu um bem colocado golpe marcial em sua cintura, o que o fez ir alguns passos pra trás enquanto o fazia simultaneamente se dobrar e afrouxar o aperto na katana. Num piscar de olhos, Oliver estava em cima dele, chutando a lâmina pra longe e o virando de barriga pra baixo para que pudesse prender suas mãos nas costas.

O cara lutou como um lince, rosnando e gritando. "Você não pode me derrotar! Eu sou Conan o Bárbaro, e sempre vou vencer!" Oh, CONAN, não Zorro. Certo, isso explica a bandana. E a falta de camisa. Talvez também explicasse porque o cara era tão forte para seu tamanho. Ele não achava que as algemas da polícia fossem durar mais do que trinta segundos nesse cara. Então, ele apoiou o joelho nas costas de Conan e usou uma de suas melhores linhas para amarrá-lo.

"Torre? O cara está preso. Policiais a caminho?"

"Você deve conseguir vê-los literalmente a qualquer segundo, estão a menos de um quarteirão de distância", ela respondeu aliviada.

Ele então tomou consciência da estranha sensação em suas costas - quente, e ardendo; e tinha alguma coisa escorrendo? "Acho que é melhor você preparar o kit de primeiros socorros", ele disse relutantemente. "Eu não consigo ver, mas parece que ele rasgou minhas costas."

Houve uma pausa quase imperceptível. "Entendi", ela disse, obviamente lutando pra continuar sendo profissional. Ele sentiu a punhalada - ok, talvez essa não fosse a melhor palavra pra ser usada agora - de orgulho dela novamente.

Conan parecia estar tentando se levantar, e Oliver o empurrou novamente com um chute. "Não me faça amarrá-lo, cara", disse a ele.

Luzes vermelhas e azuis iluminaram o beco enquanto duas viaturas se aproximavam pela entrada norte. Elas pararam a alguns passos de distância e dois policiais saíram.

"Você está encontrando muitos problemas esta noite, Arqueiro", o mais velho falou, dando uma olhada rápida no braço de Oliver.

Ele fez uma careta. "É, bem, eu não estava procurando por este; na verdade, foi ele quem me encontrou. Senhoras e senhores, conheçam Conan o Bárbaro."

Todos os quatro policiais estava agora parados perto, silenciosamente arrastando o homem que olhava pra eles com uma expressão assassina. "Sério?" um deles perguntou. "Ele não parece nem um pouco com Arnold Schwarzenegger."

Oliver sorriu. "Não é? Eu também fiquei desapontado." Ele apontou para a espada com um aceno de cabeça. "Acho que é melhor deixá-lo separado da lâmina, já que ele faz uso indiscriminado." A policial feminina pegou a arma enquanto o policial mais velho agachou na frente de Conan e tentou fazer contato visual.

"Ei, senhor, você pode me dizer seu nome? Ou talvez porque está correndo por Metrópolis à noite meio vestido e brandindo uma espada contra as pessoas?"

"Eu resolvi o enigma do aço!" Conan sibilou.

"Certo." O policial mais velho se levantou e assentiu para os outros dois, que estavam agora um de cada lado de Conan, e cada um pegou um braço e o levantou antes de conduzi-lo até a viatura. "Eu também gosto de piadas."

Oliver, antecipando o pedido, já tinha pego sua faca antes do policial se virar pra ele. "Se importa em cortar a corda? Temos que fazer isso de acordo com as regras, revistá-lo e algemá-lo antes de levarmos embora." Oliver deu um passo à frente e cortou a linha ao redor dos pulsos de Conan. Os policiais de cada lado de Conan pegaram seus braços e bloquearam uma perna enquanto o imobilizavam antes de colocar as algemas. Ele parecia significativamente com menos espírito de luta agora.

"Vamos, Conan. Vamos ver se encontramos uma roupa e comida e quem sabe um psiquiatra pra você", um dos dois disse enquanto o colocavam na viatura. "Cuidado com a cabeça agora."

A policial feminina franziu a testa. "Ele te acertou? Parece que você está sangrando. Você precisa ir para o hospital?" Ele pensou se ela estava se referindo ao corte em seu braço, até perceber que ela estava apontando para o chão embaixo dele.

Ele podia ver as rodas girando na cabeça dela: como seria isso? O Arqueiro Verde tinha um plano de saúde? Eles preencheriam a ficha médica no nome de Arqueiro Verde? Como eles o tratariam sem tirar seu capuz e os óculos.

"Foi só um arranhão", ele falou. "Eu cuido disso, obrigado. Tenham uma boa noite." Ele não teve tempo de recolher a linha quando desceu, então simplesmente voltou pelo mesmo caminho, esperando que não pingasse sangue nela.

*_*_*_*

Emil e Chloe estavam esperando por ele quando voltou para a Watchtower, os dois prontos pra saltar em cima dele quando passou pelas portas duplas, abaixando o capuz e tirando os óculos. Emil estava de avental, obviamente pronto para entrar em ação. Nada que ele dissesse ia acalmá-los nesse momento.

"Você está sangrando", Chloe disse. Ele já tinha percebido isso no elevador, quando as gotas de sangue pingaram no chão e fizeram uma pequena poça ao redor de seu pé. Ela abriu o colete e o tirou dele, segurando-o incrédula ao ver o tamanho do rasgo que havia atrás.

Emil deu a volta e levantou sua camiseta. "Você tem um corte bem grande aqui, Oliver", ele disse calmamente. Ele o levou para a mesa de Chloe, que já tinha sido limpa; eles descobriram que na falta de uma maca, a mesa tinha uma boa altura para coisas assim.

Ele se sentou na beirada da mesa e deixou Emil ajudá-lo a tirar a camiseta antes de tirar as luvas. Houve um ruído enquanto Emil colocava alguma coisa embaixo dele; ele imaginou que fosse alguns daqueles tecidos para absorver o sangue. Emil já tinha movido seu carrinho cheio de suprimentos médicos para perto da mesa.

"Eu preciso limpar bem o ferimento, por razões óbvias", Emil disse. "Não temos ideia onde aquela faca esteve antes. Felizmente eu sei que sua vacina antitetânica está em dia. Você vai sentir algo frio - é o soro fisiológico - enquanto eu lavo." Oliver sibilou um pouco quando o fluído atingiu sua pele.

Chloe tocou seu rosto, olhando pra ele preocupada. "Você está bem?"

Ele segurou seu pulso. "Eu estou bem." Ele queria beijá-la, mas não era justo fazer aquilo com Emil, que era mais ou menos audiência agora. Ele entrelaçou seus dedos nos dela e sorriu. Ela sorriu de volta, ainda parecendo ansiosa.

"Chloe? Se eu te passar mais quatro gazes com soro, você consegue limpar o corte no braço dele?"

"Claro", ela disse, aceitando a gaze e limpando o corte no braço de Ollie. Estava sangrando bem menos agora.

Houve uma pequena pressão no ferimento; parecia que Emil estava absorvendo o soro e o sangue com gaze. Mais pressão dentro do ferimento. "Assim está melhor. Agora eu posso ver com o que estou lidando."

Chloe apertou sua mão e soltou para dar a volta na mesa e ver por si mesma. "Oliver, o corte é grande e bastante fundo", Emil disse. "Vai ser um pouco difícil de fechar."

"Você não pode usar aquela cola para pele que você usou antes?" ele perguntou.

"A Dermabond? No braço, com certeza, e para a parte externa do corte nas costas. Mas eu vou ter que suturar a camada interna primeiro."

Oliver suspirou. "Ok, doutor. Faça o que for necessário."

Emil continuou mexendo no corte e olhando de perto. Sua atenção foi desviada por um pequeno som vindo de Chloe, parada bem atrás dele. Ele olhou pra ela, paralisada, pálida e com olhos arregalados, a mão cobrindo a boca, olhando para as costas de Oliver.

O corte era muito grande. E muito profundo. O quanto chegou perto do rim, da coluna? Centímetros, não mais.

"Ele vai ficar bem", Emil disse pra ela gentilmente. Ela assentiu demonstrando que havia entendido, mas permaneceu parada e olhando, sua respiração rápida e rasa.

A voz de Oliver foi ouvida imediatamente. "Chloe? Vem aqui." Ele virou a cabeça, tentando vê-la, mas ela estava exatamente atrás dele.

Ela não confiava em sua voz agora, e não queria preocupá-lo deixando-o ver o quanto ela estava preocupada. Ela chegou perto o suficiente para colocar a mão em seu ombro e apertou numa tentativa de acalmá-lo.

Ele segurou sua mão e a puxou ao redor da mesa para que ela ficasse de frente pra ele e olhou pra ela, chocado. Lágrimas estava enchendo seus olhos, seus lábios tremendo. Ela estava respirando fundo e tremulamente, e estava olhando pra baixo, relutante em encontrar seus olhos.

"Chloe", ele falou admirado. Ele hesitou por um momento. "Emil", ele disse, ainda olhando pra ela. "Desculpe, mas você poderia nos dar um minuto?"

Emil se endireitou e olhou para o rosto de Chloe sobre o ombro de Oliver. "Claro", ele disse. "Eu vou pegar mais material de sutura antes de começar." Ele pegou um pouco mais de gazes esterilizadas e cobriu a ferida antes de sair pelas portas duplas. Oliver sabia que ele tinha um armário de suprimentos no corredor.

Ele abaixou a cabeça, tentando fazê-la olhar pra ele. "Chloe, você conhece Emil. Você sabe que ele não pensaria duas vezes antes de me jogar numa cama no Met Gen se ele achasse que minha condição é preocupante, e ele obviamente não está preocupado."

Ela assentiu, seus lábios ainda tremendo, e não teve sucesso em suprimir um soluço. As lágrimas que estavam ameaçando correr tomaram conta de seu rosto.

Assustado, ele estendeu a mão para enxugá-las, ignorando quanto o movimento pareceu puxar a ferida em suas costas. "Baby, eu estou bem. Eu juro. Eu vou ficar bem."

Ela estava envergonhada com a reação que estava tendo. Eu deveria ser profissional. Ela sabia que não era um ferimento mortal, mas poderia facilmente ter sido. Esse era o ferimento mais sério que ele sofria desde que começaram a sair juntos, e por alguma razão isso a lembrou algo que ela evitava pensar: que ele estava arriscando a vida toda vez que se vestia como Arqueiro Verde e ia patrulhar.

Ela assentiu novamente, mas pareceu incapaz de parar de chorar. "Ei", ele tentou brincar. "Cuidado, Chloe. Eu vou começar a achar que você está se apaixonando por mim."

A brincadeira não resolveu. Não só não havia nenhuma tentativa de sorrir por parte dela, mas as lágrimas começaram a cair mais rápido e ela soluçou ainda mais. Ele piscou.

Oh... Oh.

De repente ele estava tendo dificuldade para respirar, e não tinha nada a ver com seu ferimento.

Havia um poema de Emily Dickinson que ele lembrava ter lido na escola, alguma coisa sobre a esperança ser uma coisa com asas empoleirada na alma. Ele lembrou porque neste momento, alguma coisa com o tamanho da asa do Gavião Negro estava tentando se abrir dentro de seu peito.

Ele estava certo de que a ferida em suas costas ainda estava ardendo, mas agora tudo o que não podia sentir era a dor. Puxando-a contra ele, ele esfregou suas costas para acalmá-la, até que ela gradualmente se aquietou. Ele virou a cabeça e beijou as lágrimas de seu rosto.

Finalmente ela se afastou, sua respiração ainda trêmula e irregular. "Não é tão ruim", ele disse baixinho mas com firmeza. "Eu vou ficar bem."

Ela assentiu, fungando. "Eu sei. Eu sei que estou sendo uma idiota."

"Não", ele protestou, tirando o cabelo dela dos olhos. "Talvez a reação seja um pouquinho exagerada..." - ela conseguiu dar um pequeno sorriso - ".. mas não é idiota. Nem um pouco."

Ela correu o dedo ao redor do corte no braço dele. "É só que... Oliver, eu acho que às vezes você esquece que não é um alien ou um meta."

"Você acha que eu não sei disso?" ele resmungou. "Acredite em mim, Chloe, eu nunca esqueço disso. Nunca."

"Não, você não entende. Não foi o que eu quis dizer." Ele franziu a testa pra ela, sem entender. "Você sabe que eu amo todo mundo da equipe. Eu acho que eles todos são extraordinários por fazerem o que fazem. Mas você... você não tem nenhum poder especial, nenhuma habilidade super-humana." Sua mão começou a acariciar o cabelo dele. "Você podia ficar sentado no seu escritório preenchendo cheques com muitos zeros no final e você ainda estaria fazendo mais bem do que noventa e cinco porcento da população. Mas você não está contente em fazer apenas o que é possível." Ela estava finalmente olhando pra ele, sua expressão terna. "Você não sabe que isso faz de você mais herói que o resto deles?"

Ele olhou pra ela. "Você realmente acha isso?" ele perguntou com a voz rouca.

"Você é pra mim", ela sussurrou.

Ele olhou pra ela em silêncio por mais um momento, então a puxou contra ele e a beijou, com força. Engraçado como ele não fazia ideia de que precisava ouvi-la dizer aquilo, até ela dizer.

Afastando-se só um pouco, ele roçou o nariz dela com o dele. "Então é o seguinte. Apesar da minha marca registrada ser disparar coisas pontudas, eu não gosto muito de agulhas quando estão espetadas em mim. Você vai ficar aqui e segurar minha mão enquanto Emil me costura?"

Ela assentiu, sorrindo um pouco. "Emil", ele chamou. "Tudo pronto."

"A não ser que Emil precise da minha ajuda", ela emendou, enquanto ele atravessava as portas, o braço cheio de suprimentos adicionais.

"Isso não vai ser necessário", Emil disse calmamente, aproximando-se da mesa. Notando os olhos vermelhos dela, ele já tinha decidido que em seu estado atual ele não confiava nela para não contaminar acidentalmente a área esterilizada. "Eu só vou abrir tudo que eu acho que vou precisar, então não corremos o risco de quebrar a esterilização."

Ele preparou a área de trabalho, colocando todos os materiais, e então preparou as costas de Oliver. "Você vai sentir algo molhado e frio novamente."

Chloe ficou parada entre as pernas de Oliver, inclinando-se contra ele, suas cabeças próximas, suas mãos entrelaçadas. Algumas vezes eles colavam o rosto; algumas vezes descansavam a testa um no outro; algumas vezes pareciam procurar algo nos olhos um do outro. Por quase meia hora, os únicos sons eram suas respirações e o barulho suave dos instrumentos cirúrgicos, ocasionalmente pontuados por algum murmúrio do lado de Emil.

Emil estava sendo bem cuidadoso. De vez em quando ele avisava sobre algo desconfortável. "Eu vou injetar a marcaína agora. Vai arder." Ou "Você vai sentir uma pressão onde eu vou fechar a ferida enquanto a cola seca", e Oliver ficava tenso e prendia a respiração. Chloe levava a mão até seu rosto, acariciando-o. Ele virava a cabeça para beijar seus dedos.

Finalmente Emil terminou. "Eu imagino que você vai pra casa com ele esta noite?" ele perguntou a Chloe, guardando as agulhas. "Posso lhe passar as instruções pra cuidar dele?"

"Claro", ela disse, sem nem olhar para Oliver.

"Muito bem. A Dermabond ficará à prova d'água em algum tempo, ele vai até conseguir tomar banho, mas tem que ficar seco hoje para curar completamente. Não pode se abaixar ou se esticar muito - ele vai precisar tomar cuidado em como dorme e talvez precise de ajuda para vestir ou tirar a roupa. E eu nem preciso dizer..." - ele deu um olhar preocupado para Oliver - "...que não haverá patrulha até eu autorizar."

Oliver e Chloe assentiram. Chloe séria e Oliver com um pequeno sorriso no rosto. "Eu vou te mandar pra casa com alguns materiais para o curativo só por precaução, mas se começar a pingar muito você me avisa. Também me avise se ver algum sinal de infecção como vermelhidão ou inchaço ao redor da ferida. Se eu não tiver notícias de vocês durante a noite, eu passo amanhã para dar uma olhada entre meus turnos."

"Obrigada, Emil", Chloe disse agradecida.

"Obrigado, doutor", Oliver disse. "Desculpe te fazer vir até aqui no meio da noite desse jeito."

"É pra isso que você me paga, Oliver", Emil disse, tirando as luvas e as jogando fora. "E na verdade, eu não importo nem um pouco. Me lembra dos tempos de residência." Ele ofereceu a Oliver alguns analgésicos, mas Oliver recusou, dizendo que ainda tinha em casa do último ferimento.

Oliver se recusou a trocar de roupa para voltar a trocar em casa: "Muito trabalho, especialmente se eu for precisar de ajuda toda vez." Quando Chloe protestou, ele a lembrou que era perfeitamente capaz de ir da garagem da Watchtower até a garagem de seu prédio sem ser visto. Ela o ajudou a vestir a camisa e o fez vestir um casaco. Emil os mandou embora, dizendo que limparia tudo e desligaria a Watchtower.

Na garagem, enquanto se aproximavam do carro de Oliver, ele abriu com o controle. Chloe parou perto da porta do passageiro.

"O quê?" ele perguntou.

"Você está brincando? Você não pode nem se recostar no assento, e acha que vai dirigir? Passa as chaves, espertinho." Ela estendeu a mão, palma pra cima.

Ele olhou pra ela refletindo por um momento, então a pressionou contra o carro. Sem Emil por perto, ele finalmente podia beijá-la do jeito que queria.

Os lábios dela cederam sob os dele, ela se pressionou contra ele, suas mãos agarrando sua cintura enquanto se lembrava de não deslizá-las até suas costas.

"Eu não importo no quanto teremos que ser criativos quando chegarmos em casa", ele murmurou em sua boca, "mas nós vamos dar um jeito. Porque de jeito nenhum eu não vou fazer amor com você esta noite."

O olhar intenso em seus olhos, sem mencionar o próprio beijo, a deixaram sem ar. Ela passou por baixo do braço dele e abriu a porta, esperando que ele entrasse antes de fechar a porta e dar a volta até o banco do motorista. Ela tentou se lembrar se ele tinha usado esse termo para se referir a sexo alguma vez. Não, seu cérebro respondeu enfaticamente. Eu definitivamente, definitivamente lembraria se ele tivesse dito.

Algo fundamental tinha mudado entre eles esta noite. Ela não conseguia precisamente identificar ou quantificar, mas podia sentir. As coisas tinham mudado. Eles tinham mudado.

Ele não conseguiu evitar um sorriso quando viu o quanto ela teve que ajustar o banco pra frente e para o alto para alcançar os pedais, mas ela percebeu. "Quieto, você. Nenhuma palavra", ela avisou. Ele balançou a cabeça e pegou sua mão, trazendo sua palma até os lábios.

"Eu vou precisar dessa mão de volta por alguns minutos", ela finalmente disse, sorrindo. Ele relutantemente a soltou, e ela acariciou seu rosto antes de ligar o carro para que pudesse cuidar de seu herói ferido em casa.

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Sequência: Parte 2

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5 comentários:

  1. Ahh que LINDO até chorei, aliás ando chorando demias lendo essas fics acho que é porque não temos mais Sv.
    Ai Ai não tem mais fic dessa série OO
    *mais choro...
    QUERO MAIS!!! =')
    Vilm@

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  2. Vilm@, essa série é realmente maravilhosa, a fickery com certeza deve postar mais histórias, vamos aguardar... mas não fique triste, pq vc vai começar a ler Friends With Benefits, se ainda não leu, e eu tenho certeza que vc vai amar!!!

    :DDD

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  3. Ah, série perfeita!!!!!!!!!!!!!

    Tomara que a fickery escreva mais logo...

    UHUHUHUHUH FRIENDS WITH BENEFITS, com meus inglÊs bem mal arranhando acabei desistindo de ler, mas agora que vai ter tradução.... UHUHUHUHUUH


    Mal posso esperar!!!!!

    Edicleia

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  4. Ele não conseguiu evitar um sorriso quando viu o quanto ela teve que ajustar o banco pra frente e para o alto para alcançar os pedais, mas ela percebeu. "Quieto, você. Nenhuma palavra", ela avisou.
    Kkkkkkk Ollie já ía começar com o bullying.

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