8.3.11

LEGENDS: This Is How She Avenges

TítuloÉ Assim Que Ela Se Vinga
Resumo: Um inimigo inesperado retorna às suas vidas.
Autora: tennysonslady
Classificação: PG-13
Nota da Autora: Esta sequência continua na próxima história, diferente das anteriores que são basicamente oneshots.
This Is How They Choose



Ela deu uma olhada em seu reflexo. Do outro lado do quarto havia um enorme espelho. Como se seus sonhos quentes graças aos hormônios não fossem suficientes, então certamente a visão do torso nu de seu marido inclinando-se sobre ela na escuridão da noite era suficiente para criar uma tensão prazerosa dentro dela.

Ela fechou os olhos novamente. Seus lábios curvados com a sensação, a sensação dos lábios insistentes na curva de seu pescoço. Chloe murmurou baixinho. Quando ele passou o braço ao redor de sua cintura, sobre a leve curva de seu ventre, ela colocou um braço sobre o dele e se empurrou para trás, mais fundo em seu calor.

"Alguém está fingindo que está dormindo", ele disse divertindo-se. "E eu não sei porque."

"Talvez porque quando estamos acordados a vida comece novamente", ela confessou. Chloe evitava detalhes. Detalhes vinham com nomes. Nomes traziam problemas reais. A cama deles, eles tinham concordado há algum tempo atrás, era um lugar só para os dois. Na porta deles o mundo sempre acabava. Sua casa era só deles. E mesmo quando ela abriu os olhos Chloe o sentiu deitado atrás dela, seus lábios agora enterrados em seu cabelo.

Era tão fácil esquecer que havia um mundo lá fora, que lá havia pessoas que eles amavam e que contavam com eles. Algumas vezes era difícil dizer que eles eram os herois; eles eram tão egoístas sozinhos em seu casamento. Quando se apoiavam um no outro desse jeito ela conseguia esquecer que lá fora Lois ainda tinha uma sede de vingança que não passava mesmo sabendo que Chloe estava feliz em casa, que aquela garota que Oliver tinha protegido das ruas ia sucumbir a uma doença que a perseguia como um fantasma do passado que tinham quase esquecido, que em algum lugar entre essa realidade e a de outra pessoa havia alguém com sua carne e seu sangue que estava sendo criada pelo inimigo.

Quando ela sentiu a ereção de Oliver nas suas costas, quando ele deslizou para baixo enquanto se pressionava atrás dela, quando ele estava se empurrando contra ela daquele jeito que ele estava fazendo--

Era fácil esquecer.

Um longo suspiro atravessou seus lábios. Sua boca se abriu. Suas pálpebras se fecharam enquanto seus olhos reviravam.

Ele deslizou uma mão dentro de sua camisola. Puxou a barra para cima e ela sentiu o ar frio em sua perna.

"Oliver." O nome caiu de seus lábios. Ela estava tão cheia. Ela enterrou o rosto no travesseiro. Exclamou roucamente quando ele agarrou sua cintura e de repente se enterrou dentro dela. E então ele estava deslizando seu comprimento para fora dela, e ela quase gemeu alto frustrada.

E então ele a deitou de costas. Chloe piscou pra ele, tentando recuperar o fôlego. Ele subiu a camisola dela até a cintura. Ela arregalou os olhos quando ele se ajoelhou sobre ela, bem no meio de suas pernas agora abertas. E então Chloe arfou quando ele colocou uma mão sobre sua barriga. Seu olhar encontrou o dela. Chloe mordeu o lábio inferior. Ela o observou descansar os cotovelos ao lado dela enquanto se abaixava sobre ela. Chloe abriu mais as pernas criando espaço pra ele. Ele beijou a curva de seu pescoço e Chloe estendeu a mão para segurá-lo e então, enquanto ela jogava a cabeça para trás para dar acesso aos seus lábios, seu corpo se esticava para acomodá-lo.

Ele se empurrou dentro dela. E então seus lábios estavam em sua orelha. Ele murmurou seu nome, algumas outras exclamações, por alguma razão incoerentes mas que faziam sentido pra ela. Ela se empurrou contra ele seguidamente. Quando ele gozou ele desabou em cima dela. Antes que ela pudesse fazer qualquer som ele a tinha nos braços e a levou com ele quando deitou de costas. Chloe se curvou sobre o corpo dele. Com um som molhado ele deslizou para fora dela.

Ela sentiu a respiração dele em seu cabelo, o jeito que seus braços se apertaram ao redor de seu corpo quando ele disse, "Considerando tudo, temos uma vida boa, não temos?"

Imediatamente ela se arrependeu do comentário de antes, porque o mundo estando ou não ao redor deles, ela não conseguia se imaginar insatisfeita com nada que ela e Oliver tinham conseguido juntar de suas vidas pregressas. Seria egoísmo se arrepender. Eles já tinham destruído uma família -- não importa o quanto Dinah fosse legal com eles.

"Temos uma vida muito boa -- a melhor", ela o assegurou.

Foi ele quem adormeceu primeiro dessa vez. Quando ele estava tão relaxado embaixo dela, era fácil voltar a dormir. Mas ela ainda era a Watchtower mesmo com todas as mudanças que tinham feito em suas vidas. Ela descansou os olhos por um momento até seus pensamentos voltarem aos problemas que tinham aparecido na noite anterior. Cuidadosamente Chloe saiu dos braços de Oliver e foi para o banheiro, começando seus enjoos matinais muito cedo. Quando ela saiu do banheiro foi para encontrá-lo sentado na cama, esfregando os olhos.

"Eu acordei você?" ela disse.

Oliver balançou a cabeça, olhando-a silenciosamente. "Você também não conseguiu dormir?"

Ela curvou os lábios levemente. "Não por falta de esforço da sua parte em me deixar exausta." Ele ergueu uma mão na direção dela. Chloe caminhou e pegou sua mão, então o deixou puxá-la de volta e se sentou na beira da cama. "O ataque ao Bart", ela começou.

"Eu sabia que isso estava te incomodando."

Porque sempre incomodaria. Coisas assim não podiam simplesmente ser deixadas de lado quando decidiam que sua família vinha sempre em primeiro lugar, e que o resto do mundo não podia interferir em seu quarto. O time estava tão entranhado em seu sangue, como estava no dele.

"Tem o mesmo padrão do ataque que Victor sofreu duas semanas atrás", ela disse a ele. "Tem alguém muito habilidoso aí fora atacando a Liga da Justiça."

Pela expressão dele Chloe percebeu que ele tinha notado a mesma coisa. De fato, ele tinha ido pra cama sem contar a ela suas suspeitas.

"Eu sei que você não quer que eu me preocupe, Oliver, mas você pode muito bem ser o próximo alvo. A Watchtower tem que sair da hibernação quando você está em perigo."

"E você sabe que tem um time inteiro de herois pra me proteger." Ele pontuou perguntando. "Você não confia neles, Chloe?"

"Eu confio sua vida a eles tanto quanto você confia a minha a eles, Ollie", foi a resposta cuidadosa.

Ela conseguiu equilibrar a verdade e o desafio, mas Oliver não podia mais protestar. Seria hipócrita. Isso pôs um fim à conversa que ele mal podia aceitar, mas Oliver aceitou e não reclamou quando ela se vestiu para ir a Watchtower, preparada mais uma vez para o trabalho que ela havia minimizado durante dois meses desde o sangramento.

Chloe caminhou com Oliver até o carro. Sua nuca formigava, e ela olhou rapidamente na direção das sombras e estreitou os olhos. A esquina estava vazia. Chloe balançou a cabeça e deixou Oliver ajudá-la a entrar no carro. Sua mão descansando sobre a barriga.

Quando o carro partiu, Chloe pegou seu pó compacto e pelo espelho viu a figura de uma jovem saindo na rua diminuindo rapidamente, bem onde Chloe tinha imaginado haver alguém os observando. Seu coração congelou ao ódio nos olhos da garota. Chloe imediatamente agarrou o braço de Oliver.

"Tem alguém nos observando", ela falou baixinho, mesmo no vazio do carro.

Oliver parou o carro imediatamente, então olhou pelo retrovisor. A rua atrás deles estava vazia. "Tem certeza?" ele perguntou.

Chloe assentiu. "Ela estava bem ali, Ollie."

"E você viu ela nos observando?"

"Se olhar matasse", a voz de Chloe falhou.

Oliver apertou os lábios em resposta. Ele pisou fundo no pedal da gasolina, e Chloe se segurou na porta apesar de estar usando cinto de segurança. Quando eles viraram a esquina Chloe colocou uma mão gentilmente sobre a dele. Ele olhou pra ela, então murmurou um pedido de desculpas antes de diminuir a velocidade. Quando estavam numa velocidade aceitável a mão de Chloe descansou em sua coxa. Chloe esperou em silêncio até pararem em frente de seu prédio. Ela se virou para se despedir, mas ele já tinha saído do carro. A próxima coisa que ela percebeu foi ele abrindo sua porta e a ajudando a sair.

Quando chegaram à porta, Chloe se virou para se despedir rapidamente e combinar o almoço. Ao invés disso, Oliver a apressou para dentro da sala e entrou depois dela. Ela imediatamente foi atrás dele quando ele foi para a porta que levava direto a Watchtower.

Oliver entrou. Ele acenou na direção dos computadores. "Eu sei que você veio pra cá para rastrear o agressor. Eu imagino que você tenha uma foto da mulher que você viu."

"Eu não havia feito uma conexão entre os dois", ela o informou, porque dentro da Watchtower nada ia mudar -- ele era o Arqueiro Verde, o líder, e ela trabalhava pra ele. Não podia esconder informações de seu chefe.

"Mas foi por isso que você quis vir aqui hoje. Você queria mais informações sobre os ataques à Liga. E aquela mulher na rua deixou tudo mais fácil."

Chloe assentiu. Ela pegou o pó compacto que estava usando antes, então removeu o cartão de memória onde havia uma câmera escondida e viu a foto. Chloe colocou o cartão no computador, então recuperou as imagens que tinha feito enquanto a mulher os observava. Chloe aumentou a imagem. Enquanto o computador trabalhava para dar uma resolução melhor, Chloe olhou para Oliver.

Ele a observava tão avidamente, tão intensamente, que Chloe mudou de um pé para o outro.

"Você está bem?"

Seus cílios estava meio baixos, escondendo metade de seus olhos de sua visão. Chloe assentiu e voltou para o computador. Assim que a pequena foto foi capturada Chloe correu um software de reconhecimento facial. A Queen Technologies tinha criado o mais rápido sistema de busca do mundo, e mesmo assim a busca não mostrou nenhum resultado. Ele estava atrás dela agora, olhando sobre seu ombro. Chloe suspirou quando ele descansou a mão em sua cintura.

Oliver colocou os lábios em seu ombro. Ela piscou com o brilho da fonte que anunciava resultado zero na busca.

"Não pode ser", ela murmurou. "Ela não pode ter aparecido do nada."

"Talvez ela não esteja no banco de dados da polícia. Essa busca também é internacional, Chloe."

"Então ela nunca foi pêga ou suspeita de nada. Isso não me tranquiliza, Ollie." Ela respirou fundo. E enquanto o fazia ela se lembrou que precisava se acalmar, não ficar estressada. "Ela é tão boa que nunca foi pêga."

"Ou, Chloe", Oliver disse, a voz da razão mais uma vez, e ela achou estranho que isso aparecesse em seu casamento agora, esse estranho equilíbrio, "a garota pode ser uma estranha qualquer da rua que nos viu por acaso."

Chloe se voltou para a pequena imagem, mais clara agora depois do tratamento do software. Havia ódio suficiente naquele olhar que a convencia que não era uma garota qualquer. Ela correu o escâner novamente, e como esperado, obteve o mesmo resultado -- nada.

De trás dela ele estendeu a mão e a colocou sobre seu ventre, e quase imediatamente ela sentiu o movimento dos bebês ao toque de Oliver. Chloe tirou as mãos do teclado e as colocou sobre a dele. Ela olhou pra ele atrás dela e encontrou seu olhar. Ela não pedia muitas coisas, mas o coração de Chloe acelerou e ela ouviu sua própria súplica quando falou. "Vamos embora."

Ele franziu a testa, mas sua resposta não era uma rejeição. "Pra onde vamos?"

Chloe umedeceu os lábios. A equipe estava ali, mas Clark era o mais forte de todos e ele podia ficar. Ele podia proteger todo mundo. "Paris. Austrália. Bangkok", ela listou, cada lugar muito diferente, cada destino mais longe. "Qualquer lugar menos aqui."

"Porque os ataques aconteceram aqui", Oliver supôs.

E se Oliver negasse isso a ela, se ele fosse corajoso o suficiente para continuar aqui e estúpido o suficiente para colocar o time acima de suas preocupações -- "Eu não vou ser forte o suficiente pra te proteger se ela for atrás de você. E eu definitivamente não sou forte o bastante para perder você", ela confessou.

"É claro que você é." E Chloe teve que se lembrar que ele a tinha visto em seus piores momentos. Ele a tinha visto em seu luto por Jimmy. Oliver a tinha assistido quando ela puniu um homem indefeso que era uma ameaça a Clark. Ele a tinha visto com Brainiac dentro dela. Ele a tinha visto num desespero insano em proteger Davis. "Você é a Watchtower. Você é Chloe Sullivan."

"Não sou mais", ela o relembrou. Porque ela era uma Queen agora. Para todos os propósitos, sua vida estava ligada a dele. "Por favor."

Ele assentiu. Quando ele pegou o telefone para ligar para seu piloto, Chloe parou sua mão.

"Eu cuido de tudo." Oliver assentiu. Chloe se afastou e foi até uma gaveta de achados e perdidos ainda não reclamados embora todo mundo soubesse a quem as coisas pertenciam. Mas o time insistia em deixar seus pertences para fazer da sua Watchtower um lar. Chloe pegou um boné de beisebol que Bart havia deixado pra trás, então foi até seu marido e o colocou em sua cabeça.

"Você confia em mim?"

"Com minha vida", ele respondeu. Então, para sua surpresa, ele tirou o boné. "Mas eu estou começando a duvidar se você realmente acha que esse boné vai ser suficiente para me disfarçar." Quando ela pareceu confusa, pronta para protestar, ele a assegurou. "Eu vou com você. Nós vamos. Nós vamos fugir se é isso que você quer fazer."

"Não chame isso de fuga", ela disse suavemente.

"Ok."

"Primeiro eu preciso me despedir de Connor", ela disse, lembrando agora, com o pânico tendo diminuído, todas as razões pelas quais ela não podia simplesmente partir. "E então precisamos checar com Emil, se é seguro fazermos uma viagem agora."

Quando ela e Oliver passaram na casa de Dinah, Chloe deixou Oliver discutir o plano com Dinah. Não havia muitos detalhes, não havia como rastreá-los depois que eles partissem. Eles ficariam anônimos, e com sorte impediria que a estranha mulher os seguisse.

"Sua identidade ainda está em segurança", Oliver disse a sua ex-mulher. "Enquanto continuar assim, Connor não corre nenhum risco. Mesmo assim os guarda-costas da Queen designados para Connor estarão observando à distância. Se tiver algum problema, eles mandarão uma mensagem para Oliver Queen. Você pode mandar uma mensagem através da Watchtower. Onde estivermos, voltamos para pegar o Connor, Dinah."

"Eu sei."

"Seja cuidadosa."

À isso, os lábios de Dinah se curvaram. "Eu sempre sou. Se alguém se atrever a tocar em meu filho, eu corto a garganta." Ela acenou na direção do quarto no alto da escada para onde Chloe tinha ido. "Você é que tem que ser extra cuidadoso, Oliver. Enquanto estou aqui perto do resto da equipe, eu só tenho que me preocupar comigo e com meu filho. Você tem que cuidar de toda sua família junto com a viagem."

Oliver subiu as escadas e parou na porta do quarto de seu filho, onde Chloe estava sentada na beira da cama com Connor ao seu lado. Ela lia um livro, o Bernstein Bears. Ela tinha lido e relido essa história para Connor nas últimas semanas -- o Novo Bebê, e Oliver sabia que na verdade significava alguma coisa para os dois. O corpo de Connor estava apoiado ao lado de Chloe, mostrando aos dois que ele estava com sono e cansado.

"Fim", ela sussurrou numa voz suave.

Seguindo a dica, Connor se deitou e Chloe o cobriu. "Eu não gosto dos seus bebês", o garoto declarou assim que a cabeça atingiu o travesseiro.

Chloe calmamente colocou o livro sobre a cômoda. "O garoto Bernstein gostou de sua nova irmã, não gostou? Você vai amar seus irmãos."

"Não, eu não vou", Connor declarou sonolento.

Chloe se inclinou. Oliver entrou no quarto abruptamente. Chloe olhou pra ele e colocou o dedo sobre os lábios. Oliver engoliu seus protestos. Chloe se voltou para Connor. "Você acha que seu pai e eu vamos amar menos você quando os bebês chegarem?"

"Não."

"Então por que, Connor?"

Connor franziu a testa. "Eles deixam você doente o tempo todo. Eles fazem você vomitar, e você foi para o hospital quando a gente estava em Smallville. Você não tomou sorvete com a tia Lois."

Ele não tinha percebido antes. Mas os ombros tensos de Oliver relaxaram com a resposta de seu filho. "Connor, sua mãe ficou doente muitas vezes quando estava grávida de você. É assim que o corpo se ajusta. Mas nós amamos você do mesmo jeito que amamos os gêmeos. Será que os bebês podem contar com seu irmão mais velho para amá-los, mesmo quando eles deixam a tia Chloe doente? Eles não têm intenção de fazer isso."

Relutantemente, Connor assentiu.

"Eu amo você, Connor."

"Eu também amo você, tia Chloe." E então Connor se sentou e abraçou Chloe e seu pai. Connor se abaixou e sussurrou alto. "Eu amo vocês também, bebês."

"Escuta, Connor, papai e eu vamos viajar de férias", Chloe disse ao garoto.

"Eu posso ir junto?" o garoto perguntou, olhos piscando ansiosos para Chloe e Oliver.

"Dessa vez não, amigão", Oliver respondeu por Chloe. "Mas vamos trazer alguma coisa bem legal pra você, tá bom?"

"Ok. Voltem logo", Connor os relembrou enquanto voltava pra cama.

Para a surpresa de Oliver, Chloe se inclinou e beijou longamente a testa de seu filho, sentindo seu cheiro por um momento infinito antes de se levantar rapidamente e tirar as lágrimas do rosto. Ela passou por ele, e Oliver a seguiu rapidamente até estarem do lado de fora do quarto de Connor. Nesse momento ele segurou o braço dela.

"Tem alguma coisa errada", ele concluiu.

"Tem alguma coisa errada", ela concordou. "Um a um os membros do seu time estão sendo atacados. Eu não quero que você seja o próximo", ela repetiu a mesma história de antes. Até esse ponto, ele imaginou, ele poderia quase acreditar nela. "Por favor. Vamos. Quanto mais ficamos mais expomos Connor ao perigo."

Ele não discutiu. Oliver rapidamente deixou a casa de Dinah com Chloe. Ele abriu a porta do carro pra ela e foi para o assento do motorista.

"O avião está nos esperando na pista", ele assegurou.

Chloe assentiu. Oliver ligou o carro e lentamente saiu da frente da casa de Dinah. O telefone de Oliver tocou. Ele apertou o botão para atender. "Aqui é Oliver Queen. Pode falar."

"Oliver, me tira do viva-voz", veio a voz de Victor.

Oliver franziu a testa, pegou o telefone e o pressionou contra a orelha, então ele lentamente parou o carro, as luzes ainda acesas. Chloe olhou para Oliver preocupada.

"Fico feliz que você esteja de volta ao trabalho", Oliver o cumprimentou.

"Não se pode derrubar um heroi, certo?" Victor respondeu. "Escuta. Eu venho rastreando o hacker que invadiu meu sistema. Ela era boa, quase não foi possível rastrear -- mas eu sou melhor."

Oliver se endireitou no assento. Se encontrassem essa mulher agora, não precisariam fugir para acalmar sua esposa. Eles podiam derrotá-la lá mesmo na América.

"Tem um problema."

"Eu rastreei a atividade do IP e parece que a mesma fonte mandou alguns emails e fez algumas ligações para Chloe. Estou tendo dificuldade para decriptá-las do sistema da Chloe. Mas é evidente que Chloe não quer que saibamos que alguém está atrás dela."

Oliver se despediu e desligou o telefone. Ele se virou para Chloe. "Se tivesse alguma coisa errada, você me contaria?"

"Eu quero partir e descansar um pouco com você, assim podemos esquecer de tudo por um tempo", ela respondeu.

"Quem quer que seja, ela está atrás de você", Oliver percebeu.

"Eu não sei", ela respondeu. "Eu estou entendendo menos que você. Mas Bart foi atacado depois que saiu da Watchtower. Victor foi atacado depois de trabalhar a noite inteira conectado virtualmente. Eu não vou esperar ela vir atrás de você."

Oliver assentiu, os olhos de volta na estrada. Ele viu o vulto escuro e diminuiu o carro. Chloe agarrou seu braço. A figura esguia da jovem permaneceu, sem medo do veículo que ia em direção a ela. Ao se aproximarem o farol iluminou a jaqueta verde que abraçava seu corpo, o jeans escuro que cobria suas pernas. E então, eles viram o cano da arma que ela levantou e apontou para Chloe. Instintivamente Oliver pisou no freio, soltou o cinto e jogou seu corpo na frente do corpo de Chloe.

Os pneus pararam bruscamente, mas não houve tiros. Oliver cuidadosamente olhou para fora e encontrou a rua vazia. Chloe tremia em seu assento, agarrada ao corpo dele.

"Ela se foi", ele murmurou.

E então ele a ouviu soluçar. Os punhos de Chloe acertando seus braços, e em seguida seu peito. "Idiota", ela arfou. "Idiota, idiota, idiota!"

"Ei", ele disse gentilmente, acalmando-a. "Estamos bem."

"Idiota!" ela repetiu. "Você não pode fazer isso, Ollie. Você não pode levar um tiro por mim. Eu não vou passar o resto da minha vida com a culpa por você ter sido morto!"

"Eu não estou morto", ele disse. "Mas eu não ia ficar parado esperando ela atirar em você. Eu sou tão teimoso quanto você, infelizmente, Sra. Queen."

Chloe engoliu em seco. Com mãos instáveis, ela o empurrou para longe dela. Ela olhou a rua e a encontrou vazia. Ela piscou. "Ela se foi. Mas ela vai voltar. Eu vi nos olhos dela, no rosto dela. Ela vai vir atrás de mim, Ollie."

~o~o~o~

Eles diziam para nunca deixar a emoção tomar conta. Emoções fizeram seu pai ser morto. Emoções certamente foram responsáveis pela queda de sua mãe. Todos esses anos ela tinha sido bem sucedida em não deixar as emoções falarem mais alto, mas um encontro e ela podia sentir tudo tremendo dentro dela, fervendo dentro de seu corpo.

Ela jogou a arma na mesa, então tirou a jaqueta verde e a pendurou na cadeira.

Seu pai tinha dado a jaqueta a sua mãe, escolha adorável por tudo o que representava. Uma vez ela simbolizava segurança, até sua mãe virar as costas para um heroi e traí-lo, deixando-o morrer numa poça de seu próprio sangue no quarto. Bem onde ela dormia à noite.

Levou anos, mas ela finalmente estava pronta para vingá-lo.

"Regina, que diabos você pensa que está fazendo?" exigiu a voz da razão, através das dimensões que ela a ajudava a atravessar.

"Estou fazendo o que vocês não têm coragem de fazer", ela respondeu, a voz seca pelo comunicador.

"Não tem lugar pra você naquele mundo, Reggie."

"Não me chama desse jeito", a jovem respondeu. "Ela me chamava assim, bem antes de me deixar com vocês. Eu sou a Rainha Esmeralda."

Era um jeito patético de honrar seu pai, mas era o único jeito que ela conhecia, por causa da mulher que tinha lhe tirado o direito de conhecê-lo. Mas a Liga da Justiça do seu mundo havia lhe mostrado a verdade. Oliver Queen, seu pai, tinha sido o maior heroi que seu mundo já conhecera. E o grande heroi caiu -- não numa batalha, não salvando vidas. O Arqueiro Verde morreu com um tiro porque tinha vindo visitar sua filha em seu quarto.

"Essa não é uma razão válida para usar o transportador", Tess insistiu.

A jovem ergueu uma sobrancelha. "O dinheiro do meu pai paga por tudo aqui, incluindo o transportador. Você não pode me dizer o que fazer!"

"Regina, aquelas pessoas podem parecer seus pais", Tess explicou, "mas eles são pessoas completamente diferentes. Não tem lugar pra você lá."

"Porque ela me matou. Ela pulou e me matou aqui", a jovem respondeu. "Do mesmo jeito que ela matou meu pai e me escondeu. Olho por olho, Tess. Ela me tirou minha família. Eu vou fazer o mesmo com ela."

"Você realmente a odeia?" Tess perguntou suavemente. "Você veste a jaqueta dela todo dia, mesmo antes de você ter tamanho suficiente para usá-la."

"Ela não a merecia quando meu pai deu a ela. Eu acho que deveria ser usada por alguém que o amava."

A ideia dele pelo menos. Chloe Sullivan tirou sua chance de conhecer quem era Oliver Queen.

Emoções sempre arrancam o melhor de você -- a raiva te derrota. Foi o que Tom disse a ela, e ele foi o único pai que ela conheceu. Chloe lhe tirou isso também quando decidiu deixar o Esquadrão e entregá-la ao time do homem que ela matou.

"Venha pra casa", Tess disse mais uma vez.

Regina fechou os olhos. "Não até eu encontrar paz, Tess." Cega, olhos fechados, Regina pegou a arma e a girou, e atirou seguidas vezes até acabarem as balas. Então, sem abrir os olhos, Regina pegou o arco que ela se lembrava que estava no canto. Novamente ela girou o corpo até saber que estava no mesmo ângulo, então atirou três flechas.

As flechas se enterraram na parede que as balas tinham atingido. Se ela tivesse atirado direito das últimas vezes, cada um dos tiros certamente teria deixado o coração de Chloe Sullivan em pedaços.

Afinal, ela não precisava de um coração mesmo.

Longe de casa, de volta a quinze anos no passado. Era assim que Regina Queen ia vingar seu pai.


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6 comentários:

  1. Meu Deus, como essa autora pode escrever tão bem?!?!?!

    Sempre fico impressionada com as hitórias dessa série...

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  2. Se minha gripe tem uma vantagem é essa...chegar primeiro nas fics!hahaha...To de cama, mas atualizada! haha

    Ai, e esse sofrimento que não chega ao fim, hein??Agora essa, a filha lá de outra dimensão vem querer matar a mãe nessa...Num guento =(

    Sofro, mas amo o texto dessa autora(?)

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  3. Que babadoooooooooooooooooo =O Fiquei de cara quando me toquei de quem era!

    Poor Chlollie, nunca tem paz! XD As fics dessa autora sempre são pesadas e melancolicas, mas eu adoro! =D

    Mônica

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  4. Meu Deus, que texto lindo!!!!!

    Sem comentários...

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  5. Quando eu percebi q era a Regina, quase caí da cadeira.

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    1. Noelle, essa série é simplesmente maravilhosa. As histórias são lindas, amo muito essa autora, pena que ela não escreve mais Chlollie, inclusive deixou uma história fantástica inacabada... :(

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