17.12.10

Beauty In The Breakdown III - Reaching Out (parte 3)

Resumo da série: Com Oliver ao seu lado, Chloe aprende a se libertar, encontrar a paz e se apaixonar.
Resumo da história: Chloe e Oliver chegam a um entendimento.
Autora: babydee1
Classificação: NC-17
Banner: Ellashy
Original
Histórias anteriores: Letting Go - Taking Hold
Capítulos Anteriores: parte 1 - parte 2

reaching out

Oliver não precisava ter visão de raio-x para imaginar a expressão chocada no rosto dela com suas palavras. Ele esperou um momento, dando tempo para a ficha cair antes de continuar.

"Eu nunca tinha ouvido tanto palavrão em italiano em uma única frase", ele relembrou ironicamente. "Nonna é uma coisa pequena, mas ela fisicamente me arrancou de cima da prostituta e mal me deu tempo de vestir as calças antes de me arrastar dali, me puxando pela orelha e xingando cada vez que respirava.

"Ela me levou pra casa e me deu um duro sermão, exigindo saber porque eu estava tão determinado a jogar minha vida fora. Eu não disse uma palavra até ela dizer o que eu estava esperando ouvir:

"Santa Maria, se seus pais pudessem ver você agora..."

"É isso que eu estou esperando!" ele grunhiu. "Onde ele estão, ahn? O que eles estão fazendo de tão importante que esqueceram que eu existo? Por que eles não estão aqui, Nonna? Por quê??"

"Porque eles estão MORTOS!" ela gritou, lágrimas correndo por seu rosto. "Eles estão mortos, Oliver. Eles se foram, e eles não vão voltar, e você tem que aceitar isso ou você vai enlouquecer."

"NÃO!" ele berrou, agarrando um vaso bem pesado de cristal e atirando-o no chão. Nonna soluçou enquanto ele gritava e chorava e destruía tudo o que encontrava pela frente, finalmente intercedendo e segurando seus pulsos quando ele começou a socar a parede.

"Acho que eu queria sentir alguma coisa mais forte do que a dor que estava ameaçando me consumir", ele falou baixinho. "Qualquer coisa era melhor do que o que estava acontecendo no meu coração naquele momento. Eu então me agarrei na dor física; distraía, mas não o suficiente.

"Eu lembro de desabar no chão, e Nonna simplesmente segurou minhas mãos enquanto eu chorava toda minha dor", ele disse. "Eu fiquei sentado ali e chorei por mais de uma hora, finalmente aceitando que eu nunca mais veria meus pais, que eles nunca mais me veriam de novo. Eles nunca me veriam me formar no colégio, ir para a faculdade, conhecer minha namorada, me ver casar, conhecer os netos..."

Ele parou, a dor ainda estava ali mas de algum jeito mais fraca com o passar do tempo. "Eu disse a Nonna que eu estava completamente sozinho no mundo, e que eu estava com medo. Ela me abraçou e prometeu que sempre estaria ao meu lado, mas com a condição de que eu colocasse minha vida em ordem e me tornasse o homem que Robert e Laura Queen tinham me preparado pra ser, um filho que os deixaria orgulhosos."

Ele parou e ficou escutando, ouvindo-a fungar do outro lado da porta. Chloe estava chorando novamente, mas por uma razão completamente diferente, ao que parecia.

"Eu não estava te chamando de vagabunda, Chloe", ele disse suavemente. "Eu jamais pensaria isso de você, nunca. Eu só... sei o que é enterrar o sofrimento, e como isso pode ser destrutivo se não souber como lidar. Eu queria te livrar disso, impedir que você cometesse os mesmos erros que eu cometi, e eu sinto profundamente se eu te ofendi."

Nenhuma resposta veio do outro lado. Oliver expirou profundamente e se levantou do chão. Ele deu dois passos em direção à escada espiral quando a porta atrás dele se abriu.

Ele se virou e viu Chloe parada ali, sua pequena forma vestida num robe que deveria estar pendurado na porta do banheiro. Lentamente ela saiu, enxugando os olhos enquanto caminhava na direção dele.

Ele rapidamente encurtou a distância entre eles e a abraçou, aproximando-a dele o máximo que conseguiu.

"Eu sinto muito", ele murmurou, beijando o alto de sua cabeça. "Eu sinto muito mesmo. Você está bem?"

Ela assentiu contra seu peito. "Eu estou bem", ela respondeu baixinho enquanto levantava a cabeça e olhava pra ele. "Você?"

Ele sorriu à sua honesta expressão preocupada, emocionado que no meio de sua própria dor ela tenha encontrando espaço para se preocupar com ele. "Eu estou bem", ele disse, alisando seu cabelo. "Eu estou bem há muito tempo."

Ela assentiu, então sua expressão ficou espantada ao ver a marca vermelha no rosto dele. Ela segurou a mandíbula dele suavemente.

"Oliver, eu sinto muito..."

"Está tudo bem, eu entendo completamente", ele respondeu, colocando sua mão sobre a dela e virando o rosto para beijar sua palma. "Está tudo bem."

Ela olhou pra ele, com os olhos cheios de dúvida. "Você tem certeza?"

Ele assentiu com um sorriso. "Tenho. Você não precisa se preocupar comigo."

Exceto que ele gostava dela se preocupando com ele, ele percebeu. Porque por sua influência e posição na sociedade, todo mundo o via como O Cara Que Tinha Tudo; ninguém nunca parou para pensar sobre o que ele precisava. Muitas mulheres ficaram felizes em atender suas necessidades físicas, com certeza; mas ninguém nunca sequer pensou no estado de seu coração.

Exceto a mulher na frente dele, que praticamente o tinha tirado da lama sem ao menos esperar por um obrigado. A mulher cuja mão ainda o acariciava.

A mulher que agora estava acariciando suas costas com as pontas dos dedos, fazendo seu corpo reagir com mais do que uma necessidade física. Ele abaixou a cabeça e ergueu o queixo dela com sua outra mão...

Bem quando seu telefone tocou alto no andar de baixo, trazendo os dois de volta à realidade.

Oliver xingou e pressionou a testa contra a dela, balançando a cabeça enquanto o telefone inocentemente continuava a tocar.

"Droga, eu tenho que atender", ele disse se desculpando. "É a linha da QI, e eles só entram em contato quando-"

"...é realmente urgente", ela finalizou, dizendo as palavras com ele. Ela deu um tapinha no peito dele e sorriu. "Está tudo bem, eu não me importo."

Ele retornou o sorriso e apertou seus dedos antes de descer a escada e atender a ligação.

***

Ela não fazia ideia do que ele tinha passado com tanta dor em sua vida desde tão cedo. Nunca lhe ocorreu perguntar como ele tinha superado a morte de seus pais. Oliver era tão forte, e reservado que era difícil imaginá-lo com alguma vulnerabilidade.

Perder um dos pais quando se é jovem era suficiente para afetar qualquer pessoa, mas não poder fazer o enterro, ter que viver com a tortuosa esperança de que talvez, por algum milagre, eles pudessem estar vivos...

Ela se recostou no corrimão e ficou observando o homem falando com autoridade ao telefone, e suspirou. Ela podia entender o pesar com o qual ele vivia. Era algo que ela lutava contra todos os dias, algo que a confrontava em cada visita que fazia à sua mãe quando ela falava animadamente com ela sobre as coisas do dia-a-dia, rezando para ter alguma resposta, qualquer resposta daqueles olhos vazios.

Nunca veio, e ela sabia bem lá no fundo que nunca viria; mas não conseguia deixar de ter esperança de que algum dia, descobertas médicas e científicas seriam capazes de abrir sua mente.

Mas Oliver ficaria feliz em ter uma mãe catatônica do que não ter nenhuma.

Ela fechou os olhos e segurou as lágrimas. Seu coração doía pela assustada, solitária criança que não teve a chance de se despedir de sua família antes de ser tirada dele.

Ela mudou sua expressão e sorriu enquanto ele subia as escadas na direção dela, notando com uma ponta de desapontamento que ele tinha vestido a calça e estava passando a camiseta pela cabeça.

"Era do escritório de Star City", ele explicou quando a alcançou. "Surgiu uma situação e eu preciso estar lá pessoalmente para resolver, então eu vou viajar assim que sair daqui."

Ela assentiu, já sentindo o vazio dentro dela porque ele estava indo embora. "Posso ajudar com alguma coisa?" ela ofereceu.

"Não a não ser que você possa aguentar sete reuniões do conselho", ele riu, pegando sua mão. "Mas obrigada pela oferta."

"Quanto tempo você vai ficar lá?" ela perguntou, mentalmente se recriminando enquanto sua boca se movia mais rápido que seu cérebro. Ele não tinha que lhe dar explicações; ela não era sua namorada. Ela se lembrou severamente que eles não estavam em nenhum tipo de relacionamento, convencional ou não. Ele só tinha ajudado uma amiga que precisava; ele mesmo tinha dito que estava retribuindo por ela tê-lo salvo.

"Três dias pelo menos; provavelmente uma semana no máximo", ele respondeu, alheio às recriminações internas dela. "Mas conversamos quando eu voltar, ok?" Ele apertou sua mão e alisou seu cabelo, e ela assentiu.

"Ok."

"Ótimo." Ele olhou pra ela brevemente, então a puxou pra ele e a beijou com força, uma mão passando ao redor de sua cintura, a outra segurando sua cabeça gentilmente.

Quando ele levantou a cabeça, ela esqueceu todas as razões pelas quais ela estava planejando ficar longe dele.

"Te vejo em breve", ele sussurrou, acariciando seu rosto. "Toma cuidado, e seja forte. É só me ligar se você precisar de mim."

Ela assentiu. "Obrigada pela sua ajuda, Oliver", ela disse timidamente. "Eu realmente agradeço tudo o que você fez por mim."

Ele sorriu. "De nada." Ele correu escada abaixo e saiu pelas portas duplas, e ela respirou fundo, expirando lentamente enquanto pensava nas mudanças monumentais que tinham tomado lugar em sua vida nas últimas doze horas.

Toda essa coisa com Oliver havia sido completamente reveladora. E em mais de uma maneira, ela pensou, sorrindo. Tinha sido um choque descobrir que por debaixo daquele tonificado e dourado exterior havia um coração generoso e um espírito gentil. Seus métodos eram... pouco convencionais, para dizer o mínimo; mas ele tinha certamente a ajudado a se curar. Ela não tinha pensado em Clark desde o dia anterior, e a dor que geralmente sentia em seu coração ao pensar nele não estava mais em lugar nenhum.

Um sorriso se espalhou lentamente por seu rosto enquanto ela descia as escadas. Ela estava verdadeiramente livre. Havia um mundo inteiro lá fora pra ela descobrir, e Oliver com certeza tinha destrancado e aberto a porta.

Ela mal podia esperar para sair das sombras e encontrar a luz do sol.

***

Fim

Me ajude a encontrar uma razão
E eu te ajudo a encontrar um caminho
A se livrar de toda sua dor
Aos poucos,
Dia a dia
-Heaven (Little by Little), Theory of a Deadman

***

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4 comentários:

  1. Se inveja matasse era uma vez a Vilm@
    Pronto eu quero ser Chloe Sullivan.

    notando com uma ponta de desapontamento que ele tinha vestido a calça e estava passando a camiseta pela cabeça.

    Chloe nada boba né, quer ele nu o tempo todo safadinha ;)
    Vilm@

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  2. nossa, adorei a mudança no capítulo, começa todo hot com ela acordando no colo dele, cômico... e aí de repente fica tão emocionante... nunca li uma fic contando a reação do oliver ao saber da morte dos pais dele, achei perfeito... esperando o próximo capítulo... Fê

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  3. Pronto eu quero ser Chloe Sullivan.(2)

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