10.7.11

Good Fences 3/8

TítuloGood Fences
Resumo: Pós-Conspiracy. As coisas vão de mal a pior quando Chloe e Oliver não conseguem fazer as pazes.
Autora: happycabbage75
Classificação: PG-13
Nota da Autora: Sempre me pareceu muito fácil, ir da raiva de Oliver quando Chloe pegou seu dinheiro sem pedir, para o fim de semana feliz na pousada. Então esta história é uma pequena ponte entre os dois episódios.
Um :: Dois




"Ollie?" Chloe apertou a mão dele com um pouco mais de força. "Do que você está falando?"

"Lex", ele disse novamente, os olhos se fechando, quase inconsciente. "Bagunça dele."

"Como isso pode ter a ver com ele?" ela pressionou. "Ollie?" Só o nome de Lex era suficiente para mandar arrepios por sua espinha e ela precisava saber o que estava acontecendo se ia precisar avisar o resto da equipe.

Não houve resposta e Chloe percebeu que Oliver tinha adormecido novamente. Ela suspirou e decidiu que iria redobrar os esforços acrescentando Lex nas buscas da Watchtower.

Chloe ouviu a porta se abrir e olhou pra cima vendo Clark entrando no quarto. Ele fechou a porta e caminhou até o outro lado da cama.

"Como ele está?" ele perguntou.

"Emil disse que ele vai ficar bem", ela respondeu no mesmo volume. "Só vai precisar de algum tempo para se recuperar." Chloe suavemente soltou a mão de Oliver e a colocou na cama, feliz que Clark não parecesse ter percebido o movimento.

"Você sabe o que aconteceu?"

"Ele foi atacado num estacionamento da LuthorCorp. Mas ele disse apenas que tinha algo a ver com Lex."

"Lex?" Clark perguntou, olhos arregalados. "Isso é possível?"

Chloe deu de ombros. "Tudo é possível quando se trata do Lex. Temos limpado as bagunças dele há anos."

Clark apenas assentiu concordando, parecendo como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas. Mas... ele tinha sempre essa expressão. Finalmente, ele suspirou. "Emil pediu que eu o levasse para a Torre do Relógio."

"Ok, eu também vou. Pra ficar de olho nele", ela explicou. "Enquanto você vai até o estacionamento. Ver se encontra alguma coisa fora do normal. Oliver é rápido, mas quem o atacou era mais rápido ainda." Enquanto falava ela começou a remover os sensores do peito de Oliver. Se Clark achou que ela estava muito a vontade, ou pelo menos, nada envergonhada estando tão perto de Oliver, tanto faz. "Pelo que eu vi no vídeo, Oliver se esforçou muito pra lutar com o cara. Mas pelo que Emil disse, ele não tinha na verdade intenção de matar Ollie. E isso faz com que ele seja ainda mais perigoso. Isso significa que Oliver estava lutando e o cara estava apenas brincando com ele."

Clark assentiu. "Eu vou levar o Oliver, então volta pra pegar você, ok?"

Chloe mal teve tempo de assentir e Clark já tinha desaparecido e a cama estava vazia. Um minuto depois, Clark reapareceu e ela supôs que ele tivesse se movido devagar, relativamente falando, para não machucar Oliver ainda mais.

"Pronta?" ele perguntou, e Chloe assentiu, mentalmente se preparando para a sensação de tontura de ser carregada por Clark enquanto ele atravessava a cidade.

Por um segundo, ela não pode deixar de comparar a sensação de estar nos braços de Clark e estar nos braços de Oliver. Clark era grande, forte, protetor e seu toque era fraternal, respeitoso até. Oliver, por outro lado, era mais musculoso, seu físico conquistado com trabalho duro e dedicação. Ele, também, era bem maior que ela e forte, mas não tinha nada de fraternal no jeito que ele a segurava algumas vezes, quando olhava pra ela, olhos nos olhos, nem era respeitoso, era quase... reverente. Eram esses momentos que realmente a assustavam.

Clark a colocou no chão da sala do apartamento de Oliver. Imediatamente, Chloe pegou o computador. "Vai", ela disse. "Me avise se você encontrar alguma coisa no estacionamento. Eu te aviso se descobrir mais alguma coisa."

"Tem certeza que você vai ficar bem?" ele perguntou, a testa franzida enquanto olhava na direção do quarto de Oliver.

Chloe assentiu. "Eu vou ficar até Emil vir ou trazer uma enfermeira pra ele." Ela não precisava dizer a ele que ia tomar o papel de enfermeira um pouco mais. Neste caso, o que Clark não sabia certamente não o machucaria. Quando Clark ainda hesitou, Chloe revirou os olhos. Ele sempre tratava Oliver como se fosse uma bomba prestes a explodir, especialmente quando o assunto dizia respeito a ela. "Ele está incapacitado, Clark. Tenho certeza que minha honra ficará intacta." Esta noite.

"Certo", ele finalmente disse, embora ainda não parecesse muito feliz. Ele foi para o elevador e fechou a porta, dizendo, "Eu ligo se encontrar alguma coisa."

Quase no segundo em que Clark desapareceu de vista, Chloe foi para o quarto de Oliver. Ela se recusava a considerar que houvesse algo além de preocupação com um amigo fazendo com que ela sentisse uma repentina necessidade de estar com ele.

Enquanto entrava, ela viu que Clark havia colocado Oliver na cama, mas não tinha se incomodado em ver se ele estava confortável antes de sair. Ele estava deitado em cima dos cobertores, ainda com a calça do hospital, e o peito com curativo exposto.

"O Escoteiro já foi?" A voz grave de Oliver a tirou de seus pensamentos, surpreendendo-a novamente que ele estivesse acordado.

"Sim."

Ele gemeu e se mexeu na cama. "Ótimo. É embaraçoso vomitar na frente de outros caras. Arruina totalmente toda a coisa de ser macho."

"Você quer vomitar?" Chloe correu até a cama onde Oliver estava lutando para se sentar. Num movimento repentino, ele se levantou e cambaleou até o banheiro. Chloe o seguiu apenas para ter a porta batida sem cerimônia em seu rosto.

Que nunca seja dito que Chloe Sullivan não entende uma indireta.

Ela caminhou ansiosamente do lado de fora da porta, se encolhendo enquanto Oliver esvaziava o que quer que tivesse sobrado em seu estômago, o que não deveria ser muito. O ataque tinha sido durante a noite e ele certamente não tinha comido nada desde então.

Finalmente, quando Chloe estava pronta para entrar Oliver querendo ou não, a porta se abriu e Oliver reapareceu, branco como uma folha de papel e cheirando a enxaguatório bucal ao invés do antisséptico do hospital. Ele parecia não muito estável e usava uma mão para segurar a maçaneta da porta. A outra estava fechada sobre o peito e ela só podia deduzir que o esforço adicionou mais dor em seus músculos já machucados.

"Me lembre", ele disse, ainda respirando pesadamente. "Nunca, jamais deixar Clark me carregar pela cidade quando eu tiver uma concussão."

"Você está bem?" Oliver voltou o olhar pra ela, a expressão dizendo que ela deveria estar louca. "Ok, não", ela declarou o óbvio. "Vamos levar você de volta pra cama."

Chloe se aproximou e passou um braço em sua cintura. Por um segundo ela pensou que ele fosse afastá-la, mas ao invés disso, ele passou um braço ao redor dos ombros dela e deixou que ela o ajudasse a voltar devagar para a cama. Ele manteve o outro braço envolvendo seu próprio peito e Chloe odiava ver a dor evidente em cada músculo tenso enquanto ele se movia.

Assim que chegaram na cama, ela saiu debaixo do braço dele e puxou o cobertor. Sem esperar por ajuda, Oliver desabou na cama, e Chloe tinha a suspeita de que era porque ele não aguentava ficar mais tempo em pé esperando pela ajuda dela. Ele a deixou ajudar a colocar as pernas na cama enquanto ele se arrumava nos travesseiros.

"Obrigado", ele disse baixinho, sem fôlego, mas com tanta dor que era até difícil respirar.

Chloe o cobriu e se afastou um pouco. "Você quer alguma coisa?" ela perguntou, de repente se sentindo sem jeito. Só havia estado no quarto dele algumas vezes e tinham conversado muito pouco nessas vezes.

"Eu estou bem", ele disse entredentes, olhando resoluto para o teto.

Eles ficaram assim, em silêncio, por algum momento, até finalmente Chloe não aguentar mais. Ela mentalmente se ordenou a se recompor, não importa como estivesse se sentindo ou em que pé estivesse a associação dos dois.

"Então, você quer me contar o que aconteceu ontem à noite?"

O sorriso de Oliver foi amargo, embora ainda se recusasse a olhar pra ela. "Eu sempre disse que estacionar nessa cidade era um problema."

"Oliver, tenha um pouco de seriedade", ela ordenou preocupada. "Você está mal e eu quero saber a razão. Agora fala."

Os olhos dele lentamente desceram do teto para ela e por um momento ele só olhou, examinando o rosto dela. "Então, agora estamos revelando tudo?"

Chloe franziu a testa. Sim. Definitivamente Oliver ainda estava com raiva por causa do dinheiro. "Isso não é justo", ela argumentou. "Eu estava protegendo você e ainda estou tentando fazer isso agora."

Oliver fungou, fechou os olhos e virou o rosto pra longe dela. "Você só está odiando ficar de fora. Bom, seja bem vinda ao clube", ele disse cansadamente.

"Ah, não, você não vai fazer isso." Chloe foi até o outro lado da cama. Quando ele manteve os olhos fechados, ela não teve chance a não ser subir. Ela se sentou com as pernas cruzadas, o mais perto que conseguia sem tocá-lo. Ela então prontamente apertou a ponta do nariz dele.

"Ei!" Oliver olhou feio pra ela. "Você sempre tortura pessoas feridas?"

"Sim, quando estão sendo idiotas."

"Eu estou sendo um idiota?"

"Sim." Ela assentiu para enfatizar. "Um idiota."

Por um momento ele simplesmente a observou, estudando-a tão atentamente que ela queria se mexer. Não sabia se ele estava bravo ou ferido ou desaprovando ou... qualquer coisa. Tudo o que ela podia dizer era que esse não era um momento muito fácil para os dois. Seja lá o que estivesse acontecendo na cabeça dele, ela não tinha escolha a não ser esperar pra ver o que se passava em sua mente.

Finalmente ele respondeu. "Como você está?"

"Mais ou menos", ela respondeu honestamente.

"Como assim?"

Chloe deu de ombros, e agora era ela que estava evitando o olhar dele. "Esse cara que eu conheço... não está muito feliz comigo agora. Eu... meio que estraguei tudo."

"É mesmo?"

"É." Ela arriscou olhar pra ele e, ao invés de raiva ou alegria, ela via satisfação tocando a expressão dele.

"Então, você está aqui pra descontar sua frustração em mim?"

Chloe franziu a testa. "Estou aqui pra descobrir porque você foi atacado. Eu vi o vídeo, Oliver. Você e aquele cara discutiram e então ele tentou te fatiar como um peixe."

Oliver apertou os lábios. "Na verdade ele tentou me cortar em filés."

Ela estreitou os olhos com a tentativa dele de diminuir o acontecido. "De qualquer jeito você está todo machucado e bem a caminho da morte. Agora, o que está acontecendo? Você mencionou Lex."

"Não é nada", ele disse, seu tom desdenhoso. "Eu vou cuidar de tudo."

"Você está fazendo uma porcaria de trabalho até agora."

"Isso não é nada." Ele gesticulou vagamente para seus ferimentos. "E você não precisa se preocupar."

"Oliver, eu encontrei você desmaiado no seu escritório, cortado em tiras. Não parece que não é nada."

"Eu posso resolver", ele insistiu.

"Deixa eu ajudar você", ela disse, sua frustração crescendo exponencialmente. "É o que eu faço."

Pela primeira vez, Oliver pareceu genuinamente irritado. "Talvez você só queria resolver por mim. Tenho certeza que você sabe como pegar dinheiro das minhas contas." Seu tom era glacial, e ela sentia como se tivesse levado um tapa no rosto. "Pelo menos me faz um favor e me mande um memorando desta vez, assim eu já vou saber que tudo foi resolvido."

"Oliver!" Chloe disse, ultraje e dor evidente. Era tão raro ele ficar furioso com ela, ou com qualquer outra pessoa. Ele sempre estava tão calmo, como se as coisas não importassem muito, mas ela sabia que a verdadeira raiva estava sob a superfície. Era parte do que o levou a fazer o que fazia, mas sentir a raiva dirigida a ela, era especialmente brutal agora.

Abruptamente, ele fechou os olhos e se afundou nos travesseiros. "Desculpe", ele disse cansado. "Eu não deveria ter dito isso. É só que eu... eu me sinto..."

Irritado. Amargo. Usado.

Chloe sabia muito bem como as pessoas se preocupavam pouco com o Oliver. Por razões de segurança, ela rastreava seus e-mails, suas mensagens, tudo. Todos os telefones estavam grampeados. Para a maioria, inclusive seus chamados amigos, Oliver era só uma carteira sobre duas pernas. Ela deveria ter percebido o quanto ele reagiria mal ao que ela tinha feito, mas ela realmente tinha esperado conseguir repor o dinheiro antes de alguém perceber que tinha sumido.

"Então..." Oliver clareou a garganta. "Alguns meses depois de tomar a LuthorCorp, eu pedi pra minha equipe começar uma auditoria na LuthorCorp."

A declaração surpreendeu Chloe e ela percebeu que ele estava tentando se desculpar fazendo o que ela tinha pedido e contando o que estava acontecendo.

"Eles investigaram tudo, dos orçamentos para compra de clipes e grampos, móveis do escritório, aos contratos e os negócios legítimos, cada parte do que os Luthors colocaram as mãos."

"E?" ela perguntou.

"E eu fiz com que eles sistematicamente desligassem cada projeto que tivesse alguma ligação suja. Eu não vou ter a companhia do meu pai ligada aos esquemas dissimulados deles", ele acrescentou veementemente.

"Calma, Ollie." Ela colocou a mão no ombro dele para que ele se acalmasse. Ameaçar a Queen Industries era um dos melhores jeitos de virar um inimigo de Oliver, como ela pessoalmente sabia. Não ajudava que Oliver nunca a visse como sua companhia. Era de seu pai, um legado a ser protegido a todo custo. De qualquer modo, Oliver já estava no limite de suas forças e de repente ela se sentiu culpada por fazê-lo falar quando ele deveria estar descansando.

"Foi tudo resolvido..." Ele balançou a cabeça cansadamente. "Pareceu que ia durar pra sempre, mas um a um, desligamos tudo, cada projeto, cada laboratório, tudo que conseguimos encontrar."

"Então o que aconteceu?"

Ele colocou uma mão sobre as costelas. "Curiosamente, algumas das pessoas com quem Lex lidava não gostaram muito de serem deixadas de fora dos negócios."

"Quem-" Chloe ouviu um estranho som tocando. Não era o típico toque de telefone e nunca tinha ouvido isso em suas visitas prévias à casa de Oliver.

Oliver suspirou e por um momento pareceu ainda mais exausto. "Essa é a linha direta do escritório." Ele estendeu a mão até a pequena mesa, fazendo uma careta com o movimento, e apertou um botão no controle remoto que estava sobre a mesa.

"Queen", ele disse formalmente, cada traço de fadiga e dor desaparecendo de sua voz.

A resposta veio por meio de alto-falantes que Chloe agora percebia que estavam embutidos no teto. "Senhor, eles pegaram Debra."

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Capítulo 4/8

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4 comentários:

  1. Perfeito esse capítulo, o dialógo entre eles, as diretas do Olie irritado. Adoraria ver isso nas telas.
    QUERO MAIS!!!
    Vilm@

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  2. Ai Ollie, não desconta tudo na Chloe não... =/
    [eu sei que vai terminar tudo bem, mas ainda assim eu sofro... huahauhauahauah]
    Ansiosa pelos próximos capítulos!!!

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  3. Minha nossa!! Ele sofre, ela sofre... e eu sofro junto... hehehe

    Por favorzinho, continuação logo, essa fic é viciante!

    GIL

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  4. O que eu estou gostando é que geralmente vemos o Oliver conhecendo e compreendendo o jeito da Chloe, as dificuldades dela e tal... nessa fic, é o contrário, vemos como a Chloe nesse intervalo vai se aproximando dele e começando a conhecê-lo de verdade, conhecendo esse outro lado dele...

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