9.5.11

Darkness (1/6)

Título: Escuridão
Resumo: Começa logo após Dominion.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R

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Oliver não ia arriscar.

Ao invés de chamar seu piloto, ele comprou uma passagem para um voo regular – com dinheiro é claro. Enquanto esperava no aeroporto, ele olhou para o celular, seu peito apertado com as mensagens não lidas, e o número de mensagens de voz.

Três semanas. Ele ficou três semanas na Zona Fantasma. E embora soubesse que Tess e Lois estiveram falando com Chloe, ele não ligou pra ela. Ele nem ao menos lhe disse que estava partindo – pelo menos não até estar com o jatinho pronto para ir pra Metrópolis. E então ele tinha só mandando uma mensagem de voz, dizendo que voltaria logo.

Ela devia estar muito preocupada.

Mas ela não procurou por você, procurou? Ele fechou os olhos contra a pequena voz em sua cabeça. Ela nem se preocupou o suficiente para vir e esperar com a prima para ver se seu marido voltaria.

Ele estreitou os olhos. Ela estava fazendo as coisas do jeito dela. Só porque ela não veio não significa que parou de procurar.

Com certeza. Assassino. Acredite no que quiser.

Oliver engoliu em seco, levantando-se e começando a andar de um lado para o outro, correndo uma mão pelo cabelo e ignorando os olhares curiosos e surpresos das pessoas ao redor. Provavelmente todos chocados ao ver o Arqueiro Verde voando entre os cidadãos que estão abaixo de você.

Cala a boca, ele ordenou silenciosamente, abrindo o telefone e ligando para o número familiar, esperando.

Chloe estava muito preocupada e não fez nada nas últimas três semanas que não fosse pesquisar maneiras de trazê-lo de volta, incluindo hackear o novo banco de dados de Tess. Ela sabia que ele estava indo pra Metrópolis e obviamente sabia o quanto era perigoso já que não tinha dito a ela até estar na metade do caminho onde ela nunca chegaria a tempo para impedi-lo.

Quando seu nome apareceu no visor do celular, ela o pegou instantaneamente, nem ao menos deixando tocar uma vez antes de atender. “Oliver?”

Ele prendeu a respiração por um momento, fechando os olhos. “Ei”, ele disse baixinho, movendo-se para longe dos outros caso alguém estivesse muito curioso para seu próprio bem.

Ela sentiu o peito apertar e soltou o ar, se levantando. “Graças a Deus você voltou”, ela murmurou, passando um braço ao redor de si mesma. “Você ainda está em Metrópolis?”

“Sim, eu estou.” Por enquanto. Ele engoliu em seco, abaixando a voz quando falou novamente. “Eu sinto muito.”

“Não sinta, conversamos quando eu chegar aí, eu só vou pegar o que preciso para o casamento e te encontro na Torre do Relógio.” Ela disse a ele, faltava só dois dias para o casamento mesmo, não havia razão para ele voltar de Metrópolis apenas pra ter que partir novamente.

“Chloe.” Sua voz ficou presa por um momento e ele se forçou a respirar fundo e expirar lentamente.

“Eu não estarei aqui.”

Ela gelou ao ouvir isso e prendeu a respiração. “Como assim?”

“Tem uma coisa que eu preciso fazer. Eu não... eu não sei se vou conseguir voltar a tempo para o casamento.”

Chloe deixou o ar sair lentamente e fechou os olhos, seu peito apertando, ela sabia que alguma coisa estava errada desde a primeira palavra que saiu da boca dele, mas estava tentando ignorar seus instintos. “O que você está fazendo? O que está acontecendo, Oliver?” Ela perguntou, sua voz mais apertada que antes.

Ele ficou em silêncio por um momento. “Procurando por uma coisa que de acordo com o Gavião Negro... vai ajudar a parar Darkseid e a escuridão”, ele admitiu. “Eu juntei os pedaços dos diários dos meus pais sobre Veritas. Eles eram a parte que faltava.” Nesse momento ele olhou para sua bolsa onde estavam os diários guardados em segurança. Ele não os deixou pra trás porque sabia que Chloe descobriria a mesma coisa que ele.

Ela franziu a testa. Oliver nunca se meteu sozinho em algo que envolvesse os kriptonianos ou os kandorianos se tivesse outra opção. Ele preferia lutar junto com o grupo e deixar Clark resolver a maior parte. “Se você encontrou um jeito de pará-lo, podemos te ajudar. Eu posso te ajudar. O que quer que seja.”

“Eu já sei o que é e onde está. Eu só tenho que chegar lá. Com sorte eu consigo voltar antes do nosso casal preferido trocar os votos.” Ele tentou manter a voz leve.

“Por que você está indo sozinho?” Ela perguntou, sua voz inexpressiva. Ela sabia que tinha mais alguma coisa pelo tom da voz dele.

Oliver lambeu os lábios secos, desejando que tivesse algo pra beber. Como uísque. Ele fechou os olhos enquanto a lembrança de sua primeira noite juntos o invadia. A Watchtower. A linda blusa verde que ela estava usando. A sensação da pele dela sob suas mãos. Ele se perguntou se seria seguro novamente tocá-la. Seu peito apertou com o pensamento. Foco, ele ordenou a si mesmo.

“Bem, Clark e Lois estão envolvidos nos últimos preparativos do casamento”, ele disse a ela. “Os rapazes não estão disponíveis.” Não que ele soubesse. Não tinha tentado entrar em contato com eles. A única pessoa com quem tinha falado além de Chloe foi Tess, e mesmo ela tendo concordado em não fazer perguntas, ele tinha a sensação que ela sabia o que estava acontecendo. Do mesmo jeito que sua mulher provavelmente sabe o que está acontecendo, idiota.

Ela travou a mandíbula e fez o melhor para manter a voz neutra. “Eu estou disponível, Oliver.”

Não precisava ser um gênio pra saber que ela estava nervosa – mas por baixo da raiva havia dor, e seu estômago apertou. Ele nunca quis ser uma pessoa que a magoasse de algum jeito. Todos os outros homens em sua vida tinham feito isso – várias vezes. Clark, Lex, Jimmy, Davis. Até seu próprio pai a tinha magoado quando foi embora e pouco fez para entrar em contato. Deus, ele se odiava. Ele não era melhor do que nenhum deles. Ela merecia coisa melhor – ela tinha que saber disso. “É perigoso, tem muita escalada e...” Sua resposta soava ridícula até pra ele. O treinamento que ela fez enquanto estava trabalhando com o Esquadrão Suicida foi intenso. Havia pouca dúvida em sua mente que ela lidaria numa boa com o esforço físico que ele enfrentaria.

Ela respirou fundo e afastou o telefone por um segundo antes de colocá-lo de volta no ouvido. “Pára de mentir pra mim.” Seu estômago estava tão apertado quanto sua mandíbula. Isso era ruim, o que quer que fosse. E ela fazia alguma ideia do que poderia ser, mas não queria pensar sobre isso. Não ainda.

“...e eu sou perigoso”, ele finalizou baixinho.

Chloe fechou os olhos e deixou a cabeça cair pra frente, uma lágrima descendo seu rosto enquanto permanecia em silêncio por um longo momento. “Você está infectado”, ela disse finalmente.

“Sim”, ele murmurou. “Eu estou.”

Ela sentiu como se alguém tivesse lhe dado um soco no estômago, mas ela teve que se segurar. “Deixa eu ajudar você, Oliver.”

“Você não pode.” Sua voz era suave. “De acordo com Clark, não existe cura, mas essa coisa que eu estou procurando.. eu tenho que acreditar que pode funcionar.“ Porque se não funcionar ele não sabia de nenhuma outra opção. E ele não podia tomar esse caminho sem ao menos tentar. Por ela.

“Ollie”, ela respirou fundo, sua voz mais suave que antes. “Eu senti. Quando tentou tomar conta de mim. Eu sei como é forte, eu posso te ajudar a lutar.”

Oliver fechou os olhos ignorando a parte dele que queria ceder. Concordar. Deixá-la ajudá-lo a lutar contra a escuridão que estava dentro dele, esperando. Esperando para transformá-lo numa máquina homicida, sem sentimentos. Apenas a morte ambulante. E era por isso que ele não podia ir até ela. Ele tinha que manter distância. “Não”, ele sussurrou.

“Você não vai me machucar”, ela disse. “Você é mais forte do que isso, você sabe que você não me machucaria.” Ela precisava que ele acreditasse nisso, porque precisava ter certeza que ele estava no controle. “Deixa eu te ajudar, por favor.”

“Talvez”, ele murmurou. “Talvez por enquanto eu consiga lutar. Mas sempre vai existir uma parte escura dentro de mim. Eu posso correr. Eu posso tentar negar, mas eventualmente ela vai vencer. E eu não posso arriscar você. Com ninguém com quem me importo. Não até eu conseguir me livrar.” Ele prendeu a respiração por um momento.

“Não”, ela disse imediatamente. “Você não pode pensar desse jeito. Oliver você precisa acreditar que está no controle. Você precisa sentir que está no controle e você não pode se convencer do contrário.”

Sua cabeça estava começando a doer, ele fungou um pouco. “Eu vou fazer tudo que puder para me livrar disso e voltar pra você. Você precisa saber disso.”

Chloe soltou o ar, fechando os olhos por um momento. “Eu sei. Eu sei que você pode lutar.” Ela teve que fazer seu melhor para assegurá-lo, não duvidar dele. “Eu preciso que você consiga. Você é forte, Ollie, muito mais forte que isso.”

“Eu amo você”, ele sussurrou. “Eu amo você mais do que jamais amei outra pessoa. Mais do que imaginei que eu pudesse amar alguém. Você me fez uma pessoa melhor. Você me faz querer ser uma pessoa melhor, alguém que realmente te mereça.” Ao longe ele ouviu seu voo ser anunciado. “Você melhorou minha vida de tantas maneiras, acho que você nem sabe o quanto.”

Ela franziu o rosto com as palavras e tentou seu melhor para não chorar, mas fungou baixinho apesar de seus melhores esforços. “Eu também amo você”, ela falou baixinho. “E você me fez uma pessoa muito melhor, Ollie. Você me fez acreditar que eu podia ser feliz com outra pessoa, e eu sou.” Sua voz falhou levemente. “Eu estou mais feliz do que jamais estive em minha vida por causa de você. Ela sabia que não tinha dito a ele tanto quanto deveria. “Porque você acreditou em mim, você acreditou em nós e você nunca desistiu. E eu também nunca vou desistir de você. Você sabe disso, não sabe?”

Seu peito apertou com cada palavra que ela disse. “Eu sei. Eu sei. Eu...” Ele engoliu em seco. “Eu espero te ver no casamento. Eu preciso ir agora.”

“Ollie, espera!” Ela falou, seu coração batendo forte contra o peito. “Me liga. Eu não vou rastrear as ligações, eu prometo.” Ela respirou fundo. “Eu sei que você pode lutar sozinho, mas eu preciso pelo menos conversar com você. Eu preciso saber que você está bem.”

“Oliver hesitou um momento. “Tá bom. Eu ligo quando puder. Quando eu tiver certeza se...” Se eu vou ficar bem.

“Sem ‘se’.” Ela disse firmemente. “Vai dar certo.” Ela precisava que ele acreditasse nisso. “Você vai ficar bem. Você vai voltar pra casa e nós vamos ficar bem. Sempre ficaremos.”

Ele prendeu a respiração. “Sim. Eu ligo quando funcionar.” Ele olhou por sobre o ombro enquanto as pessoas começavam a ir na direção do portão de embarque. “Eu amo você.”

“Eu amo você.” Ela disse a ele, respirando fundo. “E eu acredito em você.”

"É por isso que ainda estou lutando”, ele murmurou.

“Nunca se esqueça disso.” Ela disse baixinho, seus olhos novamente se enchendo de lágrimas.

“Eu não vou. Eu vou uh — eu vou ligar logo, ok?” Sua voz estava repleta de emoção.

“Falo com você logo.” Ela disse a ele o mais firme que conseguiu. “Eu te amo”, ela disse de novo.

“Eu te amo”, ele repetiu, engolindo em seco, então afastando o telefone do ouvido um momento depois, olhando pra ele por um momento e então desligando.

Chloe manteve o telefone no ouvido até os sons desaparecerem, então desligou também. Seu peito dolorosamente apertado enquanto as lágrimas desciam seu rosto. Ela sabia que tinha que ter fé nele, tinha que confiar que podia lutar e lutar sozinho, mas isso parecia muito com um adeus.


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7 comentários:

  1. Oh My God... começando por esse banner que é maravilhoso simplesmente pq o justin é maravilhoso... uh la la...

    rs...

    Pronto, já estou completamente maluca pra ler o resto dessa história... Adoro Dominion, e adoro angst...

    Tomara que o Ollie consiga, mas acho que a Chloe vai sofrer bastante até tudo dar certo no final...

    E meu Deus, que diálogo foi esse... acho que é um dos mais lindos que eu já li... perfeito...

    Sou fã dessas autoras... Super fã...

    Natália

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  2. Oh.. wow... começo maravilhoso...

    Karol Gonçalves

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  3. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

    Fic maravilhosa...

    Quebrando todo o momento fluff da Firsts Series... pra ter um equilíbrio...

    Nossa, curiosíssima... nem vou ler em inglês... kkk, vou esperar as traduções serem postadas... tô com preguiça cerebral... :DDD

    Angelique

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  4. Ai, gente... primeiro que esse banner é um convite à leitura né? Impossível resistir rs....

    Agora, nossa, estou chorando com a despedida deles, estou aqui com o coração na mão pra saber o que vai acontecer, e como são seis capítulos, sei que ainda vai rolar um pouco de sofrimento antes do final feliz...

    Ansiosa por mais, excelente escolha...

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  5. curiosa, curiosa, curiosa...

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  6. Sério analisando pelas fics os off screen versão dos fãs são bem melhores que a série de verdade.
    Que desperdício.
    Já to amando a fic!!
    Vilm@

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  7. Amei o primeiro capítulo dessa fic.

    Quero mais!!!!!!!!!

    Parabéns pela escolha e pela tradução.

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